Com uma trajetória marcada por fortes laços afetivos, Preta Gil eternizou em seu corpo homenagens à família por meio de tatuagens simbólicas. Dentre os desenhos mais comentados após sua morte, destaca-se a palavra “Drão”, tatuada em sua mão, que carrega um profundo vínculo afetivo e artístico com a história de sua família.
A cantora faleceu no domingo (20 de julho), aos 50 anos, nos Estados Unidos, enquanto tratava um câncer colorretal. Desde o diagnóstico, em janeiro de 2023, Preta enfrentava a doença com acompanhamento médico constante, passando por internações e tratamentos intensivos. A confirmação de sua morte foi feita por sua assessoria e pela coluna de Fábia Oliveira.

A tatuagem “Drão”, frequentemente registrada em fotografias e homenagens nas redes sociais, refere-se à canção de mesmo nome composta por Gilberto Gil em 1981. A música foi dedicada à então esposa do cantor, Sandra Gadelha, mãe de Preta. O título, que surgiu do apelido “Sandrão” — dado por Maria Bethânia à Sandra —, traduz-se em uma expressão de carinho e, ao mesmo tempo, dor. Isso porque a composição foi escrita durante o processo de separação do casal, após mais de uma década de casamento.
Além dessa homenagem, Preta Gil mantinha outras tatuagens em locais visíveis, como braços e mãos, que expressavam seu amor por familiares e amigos. As inscrições carregavam nomes e palavras de afeto, sendo formas visuais e permanentes de registrar seus vínculos mais íntimos. A escolha por regiões do corpo frequentemente expostas revelava a intenção de manter esses afetos sempre próximos e visíveis.
Aliás, a palavra marcada na mão da artista ganhou ainda mais destaque após a sua morte, sendo mencionada por personalidades como Carolina Dieckmann. A atriz publicou imagens da tatuagem ao lado de mensagens emocionadas, destacando a importância da cantora em sua vida pessoal e no cenário cultural brasileiro.
A trajetória da música “Drão” é, por si só, emblemática. Lançada em 1982, tornou-se um clássico da MPB e continua sendo lembrada como símbolo de superação, amor e transformação. Composta em um momento delicado da vida de Gilberto Gil, a canção reflete um olhar poético sobre o fim de um relacionamento, mas também sobre a permanência do afeto.
Em suma, a tatuagem de Preta Gil representa não apenas uma homenagem à mãe, mas também a conexão com a própria origem, a herança cultural e afetiva que carrega o sobrenome Gil. Com efeito, essas marcas em sua pele serviram como declarações visíveis de tudo aquilo que ela valorizava: família, amor e permanência.