Com duas derrotas consecutivas no Campeonato Brasileiro, o Santos vive um momento delicado. Após o revés por 3 a 0 contra o Mirassol, o time foi superado dentro de casa pelo Internacional, por 2 a 1, resultado que o manteve na zona de rebaixamento, com 14 pontos. O cenário tem intensificado a pressão sobre elenco, comissão técnica e diretoria.
A instabilidade ficou evidente na Vila Belmiro na noite de quarta-feira (23 de julho), quando parte da torcida vaiou os jogadores ao fim do jogo. A reação gerou uma série de desdobramentos, incluindo uma discussão entre Neymar e um torcedor nas arquibancadas. O camisa 10 santista precisou ser contido pelo goleiro João Paulo após trocar xingamentos com o torcedor, que mais tarde se manifestou nas redes sociais.
“Acabei de chegar aqui na minha casa, estou meio chateado. Primeiro lugar queria pedir desculpa para todos os torcedores do Santos que estavam na Vila presentes, os que assistiram pela televisão, me exaltei um pouco”, declarou o torcedor, que também reconheceu ter utilizado palavras ofensivas ao cobrar mais empenho da equipe.
Em sua crítica, o torcedor também direcionou comentários ao desempenho coletivo: “Precisa rever muita coisa, nosso presidente precisa rever muita coisa. […] A gente tomou de três a zero e agora tomou outro sacode do Inter, o time correndo errado, marcando errado, jogador perdido dentro de campo”.
Por outro lado, Neymar também teria revidado com ofensas verbais. Segundo o ator e dublador Gustavo Machado, o atacante respondeu com xingamentos e afirmou estar “dando a vida” pelo clube dentro de campo.
Enquanto isso, o técnico Cléber Xavier adotou uma postura autocrítica após a partida. Além de apontar a falta de efetividade ofensiva, ele compartilhou a responsabilidade pelo momento do clube. “Tivemos o volume de jogo, maior domínio de posse de bola, mais finalizações, incluindo duas bolas na trave […] Sempre a culpa é de todo mundo. É do treinador, primeiramente, que é o maior responsável pelas derrotas e pelas vitórias também. E a culpa também é do elenco”.
Ao comentar sobre as vaias vindas das arquibancadas, Cléber demonstrou compreensão: “O torcedor está no direito dele, está na casa dele, apoia quando é necessário e quando perde o jogo tem que vaiar mesmo. Tem que eleger alguns culpados”.
Apesar do ambiente de instabilidade, Cléber afirmou que a equipe conseguiu criar chances diante do Internacional, mas lamentou o baixo aproveitamento. “Criando a gente está […] Poderíamos ter sido mais efetivos. […] É muito pouco em três jogos a gente fazer dois gols”.
A relação entre time e torcida segue tensionada, sobretudo diante da sequência de maus resultados. O Santos tentará reação já na próxima rodada, buscando deixar a zona de rebaixamento e aliviar a pressão interna e externa.
