A diretoria do Napoli confirmou neste sábado (26) a construção de um novo estádio na cidade de Nápoles, marcando uma ruptura significativa com a história do Estádio Diego Armando Maradona. O clube justificou a decisão após a UEFA e a Federação Italiana de Futebol (FIGC) considerarem o atual estádio inapto para sediar partidas da Eurocopa de 2032.
A nova arena será erguida com recursos próprios, em uma região socialmente vulnerável da cidade, sem repasse de custos à população local.
O antigo San Paolo, rebatizado como Maradona em 2020, foi inaugurado em 1959 e apresenta limitações técnicas e estruturais apontadas após dois anos de estudos encomendados pelo próprio Napoli. Embora a prefeitura de Nápoles tenha proposto uma reforma no estádio, o clube avaliou que as intervenções seriam financeiramente inviáveis e insuficientes para atender aos padrões da UEFA.
Regeneração urbana e impacto social
A escolha da área para o novo estádio se baseou, segundo o clube, não apenas na disponibilidade de espaço, mas também no potencial de transformação da comunidade local. O Napoli afirmou que o projeto integrará um plano de regeneração urbana, com geração de empregos, valorização imobiliária e estímulo ao desenvolvimento sustentável, tudo isso sem custos adicionais para os moradores da região.
A construção da arena é vista pela direção como um passo estratégico não apenas para tentar viabilizar a cidade como uma das sedes da Euro 2032, mas também para consolidar uma nova fase institucional. Em nota oficial, o clube destacou:
“O Napoli pretende investir recursos próprios na construção de um novo estádio, capaz de sediar a Eurocopa 2032. Para isso, o clube identificou uma área carente da cidade, onde a construção de um novo estádio contribuiria significativamente, e sem custos para a comunidade, para o plano de regeneração urbana da cidade”.
Divergência com o poder público
Apesar do plano de reforma apresentado pela prefeitura de Nápoles, avaliado em € 10 milhões na primeira fase, e da solicitação de mais € 150 milhões para uma revitalização mais ampla, o Napoli decidiu seguir caminho independente. A proposta municipal previa melhorias na eficiência energética, reforço da segurança sísmica e reabertura do terceiro anel, com aumento de até 10 mil assentos.
Durante reunião preliminar com representantes da UEFA, FIGC e da prefeitura, o clube foi representado pelo advogado Arturo Testa. O encontro não resultou em qualquer aprovação formal. Conforme o comunicado, “a UEFA anunciou os rigorosos requisitos para sediar partidas do Campeonato Europeu de Futebol de 2032, enfatizando a necessária harmonia entre o clube e o Município para o sucesso do projeto”.
Entretanto, o Napoli reiterou que a divergência com a administração pública inviabiliza qualquer parceria futura para adequação do estádio Maradona. A decisão pela nova arena, portanto, representa um ponto de inflexão na história recente do clube.
Eurocopa 2032 e o papel de Nápoles
Com a confirmação da Itália e da Turquia como sedes da Euro 2032, a cidade de Nápoles aparece entre os candidatos a receber partidas do torneio. Contudo, conforme reforçado pela UEFA, será essencial o alinhamento entre clubes e autoridades locais para garantir a participação no evento.
A posição independente adotada pelo Napoli, apesar de ousada, atende às exigências técnicas previstas, mas ainda precisará superar os critérios institucionais exigidos pelos organizadores.