A WTorre, responsável pela administração do Allianz Parque, e o Palmeiras avançaram em um acordo para a troca do gramado do estádio. A substituição do atual piso sintético deverá ocorrer entre o final de 2025 e o início da próxima temporada.
Conforme estimativa técnica, o processo demandará cerca de 45 dias úteis para ser finalizado, com possibilidade de conclusão em período inferior, dependendo das condições climáticas e logísticas.
Apesar da previsão, a empresa aguarda a confirmação oficial da diretoria alviverde para definir o material a ser instalado e a data exata do início da obra. A decisão passa pelo departamento de futebol, que considera o calendário apertado com jogos e shows agendados para o segundo semestre.
Condições atuais do gramado
Instalado em 2020, o gramado atual é composto pelo sistema Soccer Grass MX Elite 50, que integra quatro camadas: uma manta drenante, grama artificial de 50mm, areia estabilizadora e infill de cortiça.
A validade técnica do piso é de cinco anos, mas o desgaste visível, sobretudo na coloração amarronzada e na velocidade da bola, gerou críticas internas e motivou a antecipação da reforma.
A cortiça, material 100% natural e reciclável, tem sido apontada como um dos principais problemas, por contribuir para o superaquecimento e a aparência comprometida do campo. A deterioração do infill também afeta o amortecimento e o controle de bola durante os jogos.
Reação do técnico Abel Ferreira
Após o confronto contra o Grêmio, no Allianz Parque, Abel Ferreira não poupou palavras para criticar o estado do gramado. Em entrevista coletiva, o treinador português foi direto:
“Eu sou muito sincero, tá ruim o gramado agora. Tá ruim. Ah, não vai trocar? Com a quantidade de espetáculos que há, como é que vai trocar? Só se for no final do ano. É o que é”.
Além disso, o comandante destacou que a bola “parece sempre quicar”, o que atrapalha a condução e o estilo de jogo da equipe.
Alternativas em análise
Uma das opções discutidas entre os engenheiros da WTorre e a diretoria palmeirense é a adoção do modelo utilizado na Arena Condá, da Chapecoense. O gramado sintético daquele estádio possui 60mm de altura — 10mm a mais do que o atual do Allianz — o que proporciona maior amortecimento, especialmente em trechos mais desgastados.
Mesmo diante dessa alternativa, a Soccer Grass, empresa que venceu a licitação para a instalação anterior com proposta de R$ 3,6 milhões, defende a manutenção do mesmo tipo de grama usada atualmente. Segundo a fornecedora, o modelo segue sendo o mais adequado ao uso intenso da arena, que registrou 77 grandes eventos em 2024.
Prazos e impactos na temporada
A última partida do Palmeiras como mandante em 2025 está prevista para a semana de 17 de dezembro. Já o último evento musical programado para o estádio ocorrerá em 6 de dezembro. Assim, o período entre essas datas e o início das atividades em fevereiro de 2026 surge como o intervalo mais viável para a realização da troca.
A reforma abrangerá três das cinco camadas do piso: o tapete sintético, o infill de cortiça e a manta de absorção de impacto (shock pad). Os materiais são importados da Holanda, Itália e Portugal, com previsão de entrega via transporte marítimo, diferente do processo urgente realizado em 2024, que exigiu fretamento aéreo.