Jorge Báez, ex-jogador de futebol paraguaio com passagens por clubes como Olimpia, no Paraguai, e Resende, no Rio de Janeiro, onde atuou no Campeonato Carioca de 2016, foi acusado publicamente de crimes graves envolvendo sua ex-companheira, a modelo brasileira Jannah Nebbeling, de 29 anos.
A modelo tornou públicas denúncias de abusos físicos, psicológicos e sexuais, afirmando ter sido vítima de cárcere privado durante os três anos de relacionamento com o ex-atleta. Ela divulgou imagens de lesões, além de um vídeo no qual aparece amarrada, dizendo estar isolada do mundo.
Segundo seus relatos, as agressões ocorriam com frequência crescente e envolviam práticas humilhantes e violentas, como o uso de luvas de boxe para bater nela.
Em uma publicação nas redes sociais, Jannah relatou: “Isso não é uma brincadeira. Sou eu amarrada em uma escada, torturada e completamente isolada do mundo. É o que a lei chama de privação ilegítima de liberdade, ou melhor, cárcere privado, dentro de um ciclo brutal de violência doméstica. As provas existem no meu corpo, na minha memória — e agora, diante dos olhos do mundo”, e completou:
“Eu não quero fama. Eu quero justiça. Por mim, por cada mulher silenciada, e por aquelas que já não estão vivas para falar. Exijo ação. Exijo respeito. Exijo justiça.”
Relatos de agressões e tentativa de denúncia
Conforme detalhou à coluna de Fábia Oliveira, do Metrópoles, Jannah conheceu Báez aos 18 anos, na Barra da Tijuca. O que começou como um romance de verão evoluiu para um relacionamento marcado por violência. Os dois viveram juntos no Brasil e em Assunção. Durante esse período, a modelo relatou:
“Jorge me agrediu milésimas vezes. Eu era manipulada por ele e sofria de dependência emocional. Ele me agredia por levantar a voz, por querer ir à praia com uma amiga, ou por receber mensagens de homens que eu nem respondia. Me jogava contra a parede, mordia minha mão e meu nariz, dava pisões no pé, me amarrava com cordas. Um dia me bateu com luvas de boxe para não machucar tanto o rosto, mas mesmo assim fiquei com os dois olhos roxos”.
Episódios de abuso sexual e fuga
Além das agressões físicas, Jannah relatou ter sofrido abusos sexuais com requintes de crueldade: “Ele introduzia objetos grandes no meu ânus e na vagina, comigo inconsciente, dizendo que queria ‘testar minha profundidade’. Até tentou me colocar uma burca. Dizia que eu não podia ter amigos homens e que deveria olhar apenas para o chão”.
A modelo também declarou ter tentado denunciar o caso no Paraguai, mas foi desencorajada por um médico local, que temia retaliações por parte do jogador:
“O doutor, na consulta, disse para mim que era melhor não fazer a denúncia porque corria um risco muito grande do Jorge comprar a polícia e eu acabar me prejudicando mais ainda”.
Depois de uma fuga que durou cerca de 40 horas, Jannah conseguiu retornar ao Brasil, onde formalizou a denúncia em uma delegacia da mulher, no Rio de Janeiro.
Pronunciamento da defesa
Procurado pela imprensa, o paraguaio Jorge Báez afirmou que não se manifestará sobre as acusações a menos que o caso seja levado formalmente à Justiça. Até o momento, ele não apresentou uma versão pública sobre os fatos.