Após mais de três décadas no jornalismo esportivo, sendo 24 anos como narrador na TV Globo e no SporTV, Jota Júnior anunciou, nesta segunda-feira (11 de agosto), sua aposentadoria. O comunicado foi feito por meio de uma publicação nas redes sociais, em que o jornalista explicou os fatores que o levaram a encerrar a carreira.
O narrador afirmou que a decisão foi motivada por uma combinação de circunstâncias. Entre elas, citou a redução das oportunidades de trabalho, que atribuiu tanto ao etarismo quanto ao processo de renovação do quadro de narradores, além das limitações físicas e vocais adquiridas com o tempo. Segundo ele, o ritmo intenso das transmissões e viagens também já não é mais viável.

“São 30 meses sem narrar. Sempre digo que é muito importante saber a hora de parar. Hoje reconheço que minha garganta já não é a mesma, o raciocínio não tem a mesma rapidez e o pique para as maratonas de viagens diminuiu. Transmitir ao vivo não tem script, é puro improviso e atenção extrema. Confesso que não estaria apto a desenvolver um trabalho com a quase perfeição que se exige. Em resumo, passaria vergonha e comprometeria a expectativa do telespectador”, escreveu.
Jota destacou ainda o comprometimento que sempre exigiu de si mesmo na profissão. Para ele, narrar vai além de abrir o microfone, sendo necessário respeitar e valorizar a audiência. “Não é só abrir o microfone e falar. É ter respeito e responsabilidade com quem nos oferece sua audiência. Passou. Foi bom enquanto a mente e o físico correspondiam.”
Ao longo da trajetória, o jornalista se destacou pelo estilo sereno e pelo domínio técnico, narrando momentos marcantes do futebol brasileiro e internacional, além de diversas competições olímpicas. Sua voz se tornou presença constante nas transmissões esportivas, acompanhando gerações de torcedores.
Aliás, sua carreira deixou registros que se tornaram parte da memória esportiva nacional. Muitas de suas narrações ficaram gravadas como referência para quem acompanhou grandes jogos e eventos.
Com a aposentadoria, Jota encerra um ciclo que, conforme suas próprias palavras, “foi bom enquanto durou”. A decisão, segundo ele, representa um encerramento digno, com a consciência de ter cumprido o papel de forma íntegra e respeitosa com o público.
Assim sendo, a despedida marca o fim de uma era para o jornalismo esportivo da Globo, que perde uma de suas vozes mais conhecidas. Entretanto, o legado do narrador permanece como exemplo para profissionais e admiradores do esporte.