sexta-feira, agosto 15, 2025
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Polícia Civil instaura inquérito, e ataque à Academia de Futebol do Palmeiras será investigado

Polícia já identificou um suspeito e apreendeu um veículo supostamente utilizado no ataque que ocorreu em 10 de agosto

A Polícia Civil de São Paulo deu andamento à apuração do ataque com artefatos explosivos contra a Academia de Futebol do Palmeiras, ocorrido na madrugada de domingo (10 de agosto). A Delegacia de Repressão aos Delitos de Intolerância Esportiva (Drade) está à frente do caso e já identificou um suspeito, além de apreender um veículo supostamente usado na ação criminosa.

A solicitação formal para abertura de inquérito partiu do próprio Palmeiras, que apresentou uma petição com diversas provas, incluindo imagens de câmeras de segurança, gravações internas e um relatório feito por um dos seguranças do centro de treinamento. Segundo o clube, os crimes investigados são dano ao patrimônio, periclitação da vida — uma vez que havia um funcionário no local durante o ataque — e incêndio.

As câmeras instaladas na entrada da Academia registraram o momento em que ao menos cinco pessoas, com o rosto coberto por capuzes ou capacetes, arremessam bombas e rojões na direção do portão principal. Ainda conforme apurado, um sexto indivíduo teria participado da ação filmando os demais, o que sugere certo nível de planejamento por parte do grupo.

O advogado criminalista do Palmeiras, Euro Maciel Filho, detalhou os procedimentos adotados pelo clube para colaborar com a investigação. “Foram levantadas mais mídias, gravações do próprio Palmeiras, um relatório do segurança, então fizemos a petição para reunir isso tudo em um único documento e entregar mais organizado, mais detalhado, ao delegado de polícia, para facilitar a investigação”.

Ainda que os envolvidos tenham usado disfarces, a polícia já obteve dados relevantes por meio da identificação da placa do carro utilizado no ataque. O motorista do veículo foi localizado e, segundo a Drade, ele confessou participação na ação, devendo ser formalmente indiciado nos próximos dias.

“O problema é que todos estavam encapuzados ou até com capacete de moto, então a identificação é difícil, mas a polícia tem os seus meios para investigar, o veículo no qual estavam, a placa do veículo, então acreditamos que a partir de um trabalho investigativo, que a polícia vá desenvolver daqui para frente, será possível identificar esses agentes e puni-los de acordo com a lei”, afirmou o advogado do clube.

O episódio é o quarto ataque a centros de treinamento de clubes de futebol brasileiros nos últimos meses, o que acende o alerta sobre a segurança em estruturas esportivas. Por isso, o Palmeiras também encaminhou ofícios às autoridades pedindo maior rigor na fiscalização de torcidas organizadas e reforço no policiamento do entorno da Academia.

Atualmente, a investigação está concentrada na coleta de mais provas e nos depoimentos de testemunhas. A expectativa é de que os novos elementos colaborem para a identificação dos demais suspeitos envolvidos na ação.