O influenciador Hytalo Santos, de 23 anos, se tornou alvo de mandado de busca e apreensão na quarta-feira (13), em João Pessoa. A medida foi determinada pela Justiça da Paraíba após denúncias que envolvem a suposta exploração de menores de idade em conteúdos divulgados por ele nas redes sociais. A decisão judicial também suspendeu todos os seus perfis nas plataformas digitais, proibiu contato com os adolescentes citados nas investigações e determinou a interrupção da monetização dos seus conteúdos.
Durante a operação realizada em um condomínio de luxo da capital paraibana, a residência de Hytalo foi encontrada vazia. No local, foram registradas imagens que mostravam portas trancadas, uma máquina de lavar funcionando e a ausência de moradores. Apesar da tentativa das autoridades em cumprir o mandado, o influenciador não foi localizado no endereço.
Entretanto, a defesa de Hytalo afirmou que ele está em São Paulo, de férias, e negou qualquer tentativa de fuga. “Hytalo não tinha conhecimento da execução de mandado de busca e apreensão em uma das suas residências, até mesmo por tratar-se de medida judicial sigilosa”, informou a nova equipe jurídica, que assumiu o caso após o desligamento do escritório anterior.
O escritório anterior, em contato com Léo Dias, explicou a razão pela qual abandonou o caso. “Foi só decisão empresarial mesmo. Analisamos que havia incompatibilidade com os interesses de alguns clientes nossos”.
Em nota divulgada à imprensa, os advogados declararam que o influenciador está à disposição para colaborar com as autoridades. “Hytalo reitera que jamais compactuou com qualquer ato atentatório à dignidade de crianças e adolescentes e que tudo restará definitivamente provado no curso da investigação e perante o público que nele confia e o acompanha nas redes sociais”.
As apurações, conduzidas pelo Ministério Público da Paraíba e pela Polícia Civil, investigam tanto a esfera cível quanto criminal. Entre as denúncias, há relatos de festas realizadas na residência do influenciador, com bebidas alcoólicas e presença de adolescentes em situações inadequadas, inclusive topless. Segundo uma das promotoras do caso, o esquema incluía supostos benefícios concedidos a familiares dos menores em troca de emancipações, com o objetivo de permitir a participação deles nas gravações.
A repercussão do caso aumentou após o youtuber Felca publicar um vídeo, no início de agosto, em que acusa Hytalo de promover a chamada “adultização” de menores em seus conteúdos. O material já soma mais de 30 milhões de visualizações e foi citado como gatilho para a intensificação das investigações.
Além de Hytalo, seu marido, Israel Nata Vicente, também está sendo investigado. Ele foi incluído nos pedidos de busca e apreensão autorizados nesta quinta-feira (14), o que amplia o alcance das diligências judiciais. As novas operações devem ocorrer em três endereços diferentes ligados ao casal.
