O Botafogo vive dias intensos às vésperas de mais um compromisso decisivo pela Copa Libertadores. Após a derrota para o Palmeiras no Brasileirão, o time volta as atenções para o confronto contra a LDU, em Quito, nesta quinta-feira (21), às 19 horas (horário de Brasília). A partida será a primeira de Davide Ancelotti comandando uma equipe na altitude, em duelo válido pelas oitavas de final da competição continental.
O Glorioso chega ao Equador com vantagem no duelo, já que venceu a partida de ida, no Rio de Janeiro, por 1 a 0. Entretanto, a altitude de 2.850 metros é tratada como obstáculo central. Conforme o treinador italiano, o clube preparou um cronograma específico para atenuar os efeitos físicos da condição adversa, incluindo viagem antecipada e adaptação em treinos.

“Não tenho experiência na altitude, mas temos um departamento médico que está nos preparando para o jogo. Vamos viajar na terça para Quito, treinar na quarta e jogar na quinta. O time vai estar preparado porque tem muita capacidade de adaptação e vamos ter que mostrar isso”.
Além do desafio da altitude, Ancelotti lida com um cenário de baixas constantes no elenco. Lesões em diferentes setores obrigaram o treinador a improvisar jogadores em posições menos usuais. Contra o Palmeiras, por exemplo, a equipe atuou bastante modificada e acabou superada no Nilton Santos.
“São muitos problemas. Espero que passe esse momento, que vai passar, e recuperar os jogadores. Por enquanto, tenho que me adaptar. Hoje, eles jogaram muito bem. Barboza jogou em condições que eram muito difíceis para ele e jogou até onde pôde. Depois, é inventar. Marlon era para os últimos minutos. Uma situação de emergência”.
Na defesa, as ausências chamam ainda mais atenção. Sem Bastos, Kaio, Newton e David Ricardo, o técnico precisou deslocar Marçal para a zaga e utilizar Alex Telles de forma constante, mesmo após desgaste. Segundo ele, a experiência de alguns atletas tem sido crucial para superar esse período de escassez de opções.
“Alex (Telles) tem que jogar, agora que Marçal tem que jogar como zagueiro. O Alex tem que fazer um jogo inteligente, é um jogador que tem muita experiência. Procuramos ter sempre um ponta que possa atacar para que eles possam ficar um pouco mais na posição. É um momento que temos poucos zagueiros, mas é um momento. É um momento que aconteceu. Bastos está fora, Kaio também, Newton, que pode jogar de zagueiro, também, David (Ricardo) não está”.
Apesar do desgaste físico e das dificuldades na Série A, Ancelotti reitera que não há prioridade entre as competições. O treinador afirmou que o elenco deve competir em todas as frentes, reforçando a meta de manter o time brigando pelo topo da tabela e também nas copas.
“Temos que pensar no próximo jogo. Como antes desse jogo, pensávamos na melhor escalação para ganhar esse jogo. Temos que pensar no próximo. Não temos que desistir nunca. Cada jogo, a gente joga para ganhar. Temos que tratar de ficar o mais alto possível na tabela no fim da temporada. Não podemos desistir em nenhuma competição, sobretudo no Brasileiro”.
Assim, o Botafogo chega ao duelo em Quito cercado de expectativas e incertezas. Entre a pressão da Libertadores e a maratona de jogos, o elenco precisará mostrar força coletiva para manter vivo o planejamento traçado pelo treinador.