quinta-feira, agosto 21, 2025
23.7 C
São Paulo

Defesa do acusado de matar gari abandona o caso

Renê permanece sob custódia no Presídio de Caeté, onde responderá por homicídio qualificado e ameaça

A equipe de defesa responsável por representar o empresário Renê da Silva Nogueira Júnior anunciou a renúncia ao caso no início desta semana. Os advogados Leonardo Guimarães Salles, Leandro Guimarães Salles e Henrique Vieira Pereira formalizaram a decisão na segunda-feira (18), alegando questões de cunho pessoal.

O advogado Leandro Guimarães Salles declarou:

“Informo que na data de hoje, após conversa reservada com o sr. Renê da Silva Nogueira Júnior, decidi, por motivo de foro íntimo, renunciar à sua representação nos autos da investigação que apura a morte do Sr. Laudemir de Souza Fernandes”.

Essa movimentação ocorreu poucos dias após a prisão preventiva de Renê, que havia sido detido na sexta-feira (11), em uma academia localizada no bairro Estoril, em Belo Horizonte, horas depois do crime. Na ocasião, ele ainda negava qualquer envolvimento no assassinato.

Empresário confessa o homicídio

No dia seguinte à renúncia da defesa, na terça-feira (19), Renê prestou novo depoimento no Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP).

Dessa vez, confessou ter matado o gari Laudemir Fernandes durante uma discussão de trânsito ocorrida no bairro Vista Alegre, em Belo Horizonte, no dia 11 de agosto.

Conforme a Polícia Civil, o empresário relatou ter usado a arma de sua esposa, a delegada Ana Paula Lamego Balbino Nogueira, sem o consentimento dela. Ainda segundo o depoimento, foi a primeira vez que ele teve acesso ao armamento da esposa.

Dinâmica do crime e investigações paralelas

Testemunhas informaram que a confusão começou quando Renê exigiu passagem em uma rua estreita bloqueada por um caminhão de coleta de lixo. Ao ser contrariado, ele teria se exaltado, retornado ao local e atirado contra os trabalhadores.

O gari Laudemir foi atingido no peito e não resistiu aos ferimentos, mesmo após ser socorrido por uma viatura da Polícia Militar.

A arma utilizada, de uso funcional da delegada Ana Paula, está sendo periciada. A Subcorregedoria da Polícia Civil abriu procedimento administrativo para apurar possível negligência na guarda da arma por parte da delegada.

Ministério Público solicita bloqueio de bens

O Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) pediu o bloqueio de R$ 3 milhões em bens do casal Renê Nogueira e Ana Paula Lamego. Segundo o promotor Guilherme de Sá Meneghin, o objetivo da medida é garantir futura indenização à família de Laudemir e evitar qualquer tentativa de ocultação patrimonial.

Além disso, o promotor ressaltou que, diante do uso da arma da esposa no crime, ambos podem ser responsabilizados de forma solidária.

Repercussão e medidas posteriores

Após o ocorrido, a Prefeitura de Belo Horizonte se manifestou prestando solidariedade à família da vítima, que prestava serviços por meio de empresa terceirizada. A empresa contratada, Localix Serviços Ambientais, classificou o assassinato como “violência injustificável”.

Renê permanece sob custódia no Presídio de Caeté, onde responderá por homicídio qualificado e ameaça. A Polícia Civil informou que novas atualizações sobre o caso serão divulgadas em breve.