Com o objetivo de adequar-se à nova realidade financeira e dar início ao planejamento para 2026, o Botafogo iniciou um mapeamento detalhado do mercado de transferências. O clube estabeleceu diretrizes específicas para reforçar o elenco, priorizando a contenção de gastos e a busca por atletas com potencial de valorização. A reformulação inclui, sobretudo, a adoção de um perfil de contratações mais criterioso.
A diretoria alvinegra definiu como foco inicial três posições: um primeiro volante com características defensivas, outro meio-campista com boa presença em ambas as áreas e um lateral-esquerdo. Essas são, até o momento, consideradas as principais carências do atual elenco, e a contratação para essas funções será o centro das atenções na primeira janela de transferências de 2026.
A movimentação no mercado ocorre mesmo sem a definição total sobre o orçamento da próxima temporada. A incerteza é agravada pelo litígio judicial entre John Textor e outros acionistas da Eagle Football. Essa disputa afeta diretamente a projeção de investimentos e, por consequência, o planejamento esportivo do clube. Ainda assim, o departamento de scout já trabalha há semanas na identificação de nomes que se enquadrem no novo modelo estipulado pela SAF botafoguense.
Com efeito, o Botafogo busca oportunidades de mercado envolvendo atletas com contrato próximo do fim ou já encerrado. A ideia é evitar custos com transferências e, ao mesmo tempo, abrir espaço para possíveis negociações futuras que tragam retorno financeiro. Dessa forma, o clube pretende equilibrar a redução da folha salarial com a manutenção de um elenco competitivo.
Outro ponto que influencia a mudança de estratégia é o calendário de 2026. A antecipação do início do Campeonato Brasileiro exige decisões mais ágeis, algo diferente do que ocorreu nas últimas temporadas. “Com o calendário começando mais cedo, o planejamento também precisa ser antecipado”, pontuou uma fonte ligada ao departamento de futebol.
A reformulação, a princípio, deve se concentrar apenas no início do ano. Uma reavaliação está prevista para o segundo semestre, considerando o desempenho do time e os resultados financeiros. Caso haja avanços em negociações ou classificações importantes, como para a Libertadores, o clube poderá alterar o nível de investimento.
Por ora, a prioridade recai sobre um elenco financeiramente viável. O Botafogo entende que a sustentabilidade é fator decisivo para um crescimento a longo prazo. “A gente quer jogadores com salários mais baixos, mas com margem de valorização”, destacou um dirigente ao comentar os novos critérios de contratação.
Aliás, as reuniões de planejamento comandadas por John Textor tiveram início há cerca de duas semanas, reforçando a intenção da SAF de adotar uma gestão mais antecipada e controlada. Essa abordagem visa evitar improvisos e garantir uma estrutura mais coesa para a próxima temporada.
