Com vínculo no Cruzeiro desde 2024, Paulo Pelaipe passou a ter papel central na estrutura administrativa da SAF celeste após a saída de Alexandre Mattos, em junho de 2025. O dirigente atua diretamente na rotina da Toca da Raposa 2, sendo responsável por negociações e decisões estratégicas no departamento de futebol. Além disso, conta com presença familiar no clube, já que seu filho Rodrigo também trabalha como analista de mercado e negócios.
O Grêmio, por sua vez, definiu o nome de Pelaipe como prioridade para assumir o comando do futebol a partir de 2026. A escolha ocorre após a recusa de Rui Costa, que optou por permanecer no São Paulo. Odorico Roman, presidente eleito do clube gaúcho, conduziu pessoalmente o contato com o executivo, que já atuou por mais de duas décadas no próprio Grêmio e é bem avaliado nos bastidores do clube.
Contudo, a liberação imediata de Pelaipe esbarra em uma exigência contratual. O Cruzeiro determinou que, caso o dirigente aceite a proposta gremista, será necessário o pagamento integral de uma multa rescisória. A diretoria celeste trata essa cláusula como inegociável, considerando o dirigente uma peça-chave na reestruturação do clube para a próxima temporada.

A decisão final, no entanto, não será imediata. Pelaipe já comunicou a direção celeste sobre o interesse do Grêmio, mas afirmou que só tomará qualquer decisão após o encerramento das competições em andamento, como o Campeonato Brasileiro e a Copa do Brasil. “Seguirei 100% focado no Cruzeiro até a conclusão da temporada”, declarou o executivo ao justificar sua postura cautelosa diante do cenário.
Enquanto isso, o Cruzeiro optou por adotar uma posição de espera. A atual gestão aguarda uma definição oficial de Pelaipe antes de iniciar qualquer movimentação em busca de um possível substituto. Internamente, a possibilidade de contratar um nome do exterior não está descartada, a exemplo das chegadas anteriores do técnico Leonardo Jardim e do gerente de scout Joaquim Pinto.
No lado gremista, além da experiência de Pelaipe, outro fator pesa a favor de sua contratação: a boa relação com Mano Menezes. O técnico, que ainda não tem permanência garantida, conta com o respaldo da nova gestão, e a chegada do executivo pode fortalecer sua continuidade no comando técnico em 2026.
Ainda de acordo com informações apuradas, a futura diretoria do Grêmio já trabalha com um nome definido para o cargo de executivo, embora ele esteja sendo mantido em sigilo por estar atualmente em atividade. A cautela no anúncio reforça a complexidade da negociação e o desejo de respeitar os compromissos atuais de todos os envolvidos.
Por fim, a definição sobre o futuro de Pelaipe tende a ocorrer apenas em dezembro, quando a temporada chegar ao fim e o cenário contratual estiver mais claro para Cruzeiro e Grêmio. Até lá, ambas as partes mantêm discrição e cautela nas tratativas.


