O planejamento financeiro do Palmeiras para 2026 já está traçado, e as metas estabelecidas indicam um forte foco na venda de jogadores. Com orçamento aprovado, o clube espera arrecadar R$ 1,2 bilhão na próxima temporada. Para atingir esse montante, a diretoria projeta faturar R$ 384 milhões exclusivamente com negociações de atletas, valor que representaria 32,5% da receita total.
Anteriormente, o clube já havia adotado a mesma estratégia, utilizando a janela de transferências como principal fonte de receita. Em 2022, por exemplo, a venda de Endrick ao Real Madrid rendeu cerca de R$ 394 milhões. Outras transações relevantes incluem Estevão ao Chelsea por R$ 358 milhões, Luis Guilherme ao West Ham por R$ 130,9 milhões e Vitor Reis ao Manchester City, em um acordo de R$ 232,7 milhões.
Aliás, para alcançar a meta estabelecida para 2026, será necessário negociar pelo menos quatro jogadores por cifras médias de R$ 100 milhões cada. No entanto, o cenário apresenta desafios. Conforme o clube reconhece, a instabilidade do mercado internacional e a paralisação das competições em razão da Copa do Mundo — que ocorrerá entre junho e julho — podem impactar o ritmo das negociações.
Nesse contexto, o técnico Abel Ferreira terá papel determinante. A direção admite que nomes do atual elenco poderão ser negociados, inclusive jogadores que o treinador ajudou a desenvolver. O atacante Flaco López, por exemplo, é citado como um possível ativo valioso caso chegue uma oferta significativa. Além dele, Allan também surge como nome com potencial para atrair interessados, sobretudo por sua versatilidade dentro de campo.

Embora as receitas com direitos de transmissão, bilheteria e arrecadação social permaneçam estáveis, o clube projeta incremento nos ganhos com patrocínios e produtos licenciados, que devem representar cerca de 24% da arrecadação. Por outro lado, apenas 5% do orçamento previsto deverá vir de premiações esportivas, o que reforça a importância das transferências para manter o equilíbrio financeiro.
A presidente Leila Pereira também tem buscado alternativas. Conforme mencionado por ela, o clube permanece aberto a novos parceiros comerciais. “Talvez esse seja o melhor caminho para arrecadar mais”, afirmou a dirigente, sugerindo uma ampliação das fontes de receita além do mercado da bola.
Atualmente, o clube encerra 2025 com superávit estimado em R$ 296 milhões. Contudo, os gastos previstos para os últimos meses do ano devem reduzir esse número. Para 2026, a expectativa é de um superávit modesto, girando em torno de R$ 11,2 milhões, o que reforça a necessidade de sucesso nas estratégias de negociação.


