O Corinthians voltou a lidar com problemas financeiros e, desta vez, o impacto atinge diretamente o quadro de funcionários. A primeira parcela do 13º salário, que deveria ter sido quitada até sexta-feira (29), ainda não foi depositada aos trabalhadores com contrato CLT que atuam na sede do clube, no Parque São Jorge.
A diretoria do clube confirmou o atraso e garantiu estar empenhada em solucionar a pendência. Em nota, o clube declarou que “lamenta o caso” e que já toma providências para a regularização da situação. A expectativa é que os pagamentos sejam efetuados até sexta-feira (05).
O problema ocorre em meio a uma série de dificuldades econômicas enfrentadas pelo clube. O presidente Osmar Stabile revelou que há discussões para obter um empréstimo de até R$ 100 milhões, além da possível antecipação de cotas da Liga Forte União. O montante seria utilizado para amenizar a crise de fluxo de caixa e sanar dívidas acumuladas nos últimos meses.
“Estamos trabalhando com afinco para pagar. Não é só um transfer ban, temos dois e outros possíveis. Estamos buscando recursos. O Cori deu uma autorização se nós quisermos fazer [o empréstimo]. Temos uma liberação de R$ 100 milhões para pagar os compromissos”, afirmou o presidente, logo após o jogo contra o Red Bull Bragantino, em novembro.
Atualmente, o Corinthians convive com um transfer ban da Fifa e uma sanção da CBF, que impede o registro de novos jogadores. A medida foi motivada por atrasos no pagamento da contratação do zagueiro Félix Torres, cujo valor gira em torno de R$ 44 milhões. Além disso, o clube foi condenado pela Corte Arbitral do Esporte (CAS) a pagar R$ 41,3 milhões ao meia Matías Rojas, por dívidas relacionadas a direitos de imagem.
Outras pendências incluem valores devidos ao Shakhtar Donetsk (R$ 6,76 milhões, pelo empréstimo de Maycon), Talleres (R$ 23,3 milhões, pela compra de Rodrigo Garro), Philadelphia Union (R$ 8 milhões, pela chegada de José Martínez) e Midtjylland (R$ 6,2 milhões, pela contratação de Charles). Esses compromissos totalizam mais de R$ 120 milhões em dívidas internacionais relacionadas a transferências de atletas.
Como medida emergencial, o clube anunciou nesta semana a adoção do sistema SAP Concur, plataforma de gestão de despesas. A solução visa modernizar os processos internos, com foco na automação e controle rigoroso das finanças. “A tecnologia permitirá maior automação, precisão e visibilidade em todo o ciclo de gastos, eliminando inconsistências no fluxo financeiro”, informou o clube em comunicado.
Por enquanto, a diretoria aposta em medidas administrativas e negociações para reduzir os impactos da crise, enquanto tenta restabelecer a normalidade nos pagamentos e evitar novas punições esportivas.
