A condenação imposta ao Botafogo pela Corte Arbitral do Esporte (CAS), determinando o pagamento de R$ 114 milhões ao Atlanta United, reacendeu o debate sobre a saúde financeira da SAF alvinegra. O valor se refere à transferência do meia Thiago Almada, concretizada em 2024, mas que teve parcelas descumpridas, segundo os autos do processo.
A origem da disputa remonta ao não pagamento das duas primeiras parcelas previstas no acordo firmado entre os clubes. De acordo com a defesa apresentada à Fifa, os valores de julho e setembro de 2024 não foram quitados. O clube carioca tentou contestar a integralidade da cobrança, alegando que apenas parte do montante deveria ser exigida, porém o CAS manteve a condenação completa.
Com a decisão final da instância arbitral, o Botafogo passa a enfrentar o risco iminente de um transfer ban — sanção que impede a inscrição de novos jogadores — caso não cumpra a determinação no prazo estabelecido. Essa perspectiva interfere diretamente no planejamento para a temporada de 2026.
Diante do cenário, a direção do clube se manifestou por meio de nota oficial, na qual reconhece a decisão desfavorável e garante que está adotando as medidas jurídicas cabíveis. O comunicado também ressalta a atuação do investidor majoritário da SAF, John Textor, no sentido de buscar soluções financeiras para o caso.

“Cabe destacar que John Textor, acionista majoritário da SAF Botafogo, apresentou propostas de financiamento aos demais sócios da Eagle Football Holdings para cobrir o pagamento de todas as pendências existentes do Botafogo junto à FIFA, bem como o orçamento para contratações de jogadores na janela de transferências de janeiro e para o restante da temporada de 2026. Textor possui recursos totalmente garantidos para esses itens e espera obter a cooperação e a aprovação desses orçamentos por parte de um conselho da Eagle amistoso e cooperativo”.
A proposta apresentada por Textor inclui não apenas a quitação da dívida com o Atlanta United, mas também um orçamento adicional voltado para reforços na janela de transferências do início de 2026. No entanto, a liberação desses recursos ainda depende da aprovação dos demais membros da Eagle Football Holdings.
Almada, que atuou pelo Botafogo entre agosto e dezembro de 2024, teve desempenho de destaque. O meia argentino foi peça importante nas conquistas da Libertadores e do Campeonato Brasileiro antes de ser negociado com o Lyon, clube também sob gestão de John Textor, e posteriormente vendido ao Atlético de Madrid.
A situação reforça o impacto das relações financeiras entre os clubes da rede de Textor e evidencia os desafios que a SAF do Botafogo enfrenta para manter estabilidade e competitividade no cenário internacional.


