A organização do Prêmio da Música Brasileira confirmou, na segunda-feira (23), que Cazuza será o homenageado da 33ª edição do evento, prevista para ocorrer em 2026. A decisão foi tomada de forma unânime durante uma reunião do Conselho do prêmio, que é formado por nomes expressivos da cultura nacional.
Estiveram presentes na deliberação Zé Mauricio Machline, Gilberto Gil, Ney Matogrosso, Zélia Duncan, Karol Conká, Antônio Carlos Miguel e Giovanna Machline.
A escolha do cantor foi comunicada à família por meio de uma ligação coletiva realizada pelos conselheiros. Cazuza, que faleceu em 1990, aos 32 anos, vítima de complicações causadas pela Aids, será celebrado por sua contribuição marcante à música brasileira, tanto como vocalista do Barão Vermelho quanto em sua trajetória solo.
Declarações dos envolvidos
Zé Mauricio Machline, idealizador e diretor do prêmio, comentou a relevância da escolha. “Celebrar Cazuza é celebrar a coragem, a liberdade e a potência de uma obra que segue viva e necessária. Sua música e sua poesia atravessaram gerações e continuam a ecoar nas vozes e nos sentimentos de milhões de brasileiros”, declarou.
Gilberto Gil, membro do Conselho, também se manifestou: “Me sinto muito bem fazendo parte deste Conselho. A música sempre esteve no centro da minha vida, e estar ao lado de pessoas tão envolvidas e conscientes da responsabilidade que temos com a cultura brasileira é uma honra.
São amigos, colegas, nomes que já fizeram parte dessa história e outros que estão chegando agora. Depois do Zé, sou o mais antigo por aqui, e é comovente ver como esse grupo continua unido pelo compromisso de reconhecer e celebrar a música do Brasil”.
Legado artístico e recentes homenagens
Cazuza é autor de sucessos como “Exagerado”, “O Tempo Não Pára”, “Faz Parte do Meu Show” e “Codinome Beija-Flor”. Essas composições, que marcaram a história do rock nacional, devem ser lembradas na cerimônia de 2026, que ainda não tem data oficial confirmada, mas ocorrerá em meados do ano.
Paralelamente à homenagem do prêmio, o artista tem sido lembrado em outras iniciativas culturais. Em junho deste ano, o documentário “Cazuza: Boas Novas” foi exibido no festival In-Edit Brasil, em São Paulo.
Além disso, o Shopping Leblon, na Zona Sul do Rio de Janeiro, abriga a exposição “Cazuza Exagerado”, considerada a maior já feita sobre o cantor. A mostra ocupa 1,5 mil m², com nove salas imersivas e centenas de itens pessoais do artista.
Histórico da premiação
Criado em 1987, o Prêmio da Música Brasileira é uma das principais condecorações do setor no país. A cada edição, a cerimônia homenageia personalidades de destaque na música nacional. Na edição de 2025, realizada em 4 de junho, a dupla Chitãozinho & Xororó foi celebrada.
Em 2026, a reverência à obra de Cazuza se propõe a reunir diferentes gerações de artistas em um evento que, conforme os organizadores, visa reconhecer os nomes que mais se destacaram ao longo do ano, ao mesmo tempo que preserva a memória de um dos maiores ícones da canção brasileira.