Lançado oficialmente na Argentina, o Ford Everest marca presença como o SUV derivado da Ranger e surge como uma aposta da montadora para o segmento de utilitários esportivos de grande porte. Embora ainda não tenha confirmação oficial para o Brasil, a expectativa é de que o modelo chegue ao mercado nacional em 2026, aproveitando a ampliação da fábrica da Ford em General Pacheco, na Argentina, onde já é produzida a Ranger.
Com capacidade para sete ocupantes, o Everest apresenta dimensões generosas: 4,91 metros de comprimento, 2,9 metros de entre-eixos e até 1.823 litros de volume no porta-malas com os bancos rebatidos. O modelo é equipado com motor 2.3 EcoBoost a gasolina, o mesmo usado no Mustang e na F-150, entregando 300 cv de potência e 45,5 kgfm de torque. Esse conjunto é gerenciado por um câmbio automático de 10 marchas e tração 4×4 com modos de condução para diferentes terrenos.
Apesar do desempenho convincente e da suavidade na condução, o Everest enfrenta um dilema em potencial: o motor a gasolina pode ser um obstáculo no Brasil, onde os consumidores de SUVs dessa categoria tradicionalmente preferem motores a diesel, especialmente em regiões ligadas ao agronegócio. Aliás, o fato de o modelo ser importado da Tailândia também pode impactar negativamente no preço final.
Na parte interna, o SUV compartilha praticamente toda a cabine com a Ranger, mas se diferencia ao incluir a terceira fileira de bancos. O pacote de conforto e segurança é amplo e inclui ar-condicionado digital de duas zonas com saídas para todas as fileiras, central multimídia SYNC 4 de 12″, painel digital de 8″, teto solar panorâmico, bancos dianteiros com ajuste elétrico e aquecimento, além de sistema de som com oito alto-falantes.
No quesito segurança, traz frenagem autônoma de emergência, assistente de permanência em faixa, monitoramento de ponto cego, seis airbags, sensores de estacionamento e controle de cruzeiro adaptativo.
Durante o primeiro contato com o modelo, realizado em trechos urbanos e off-road na região da Patagônia, o Everest demonstrou boa estabilidade, auxiliado pela suspensão traseira com eixo rígido de seis braços e molas helicoidais. “O SUV surpreende pela firmeza da carroceria e pelo conforto mesmo fora de estrada”, avaliou um dos jornalistas que participou do test-drive promovido pela Ford.
Em termos de concorrência, o Everest mira diretamente o Toyota SW4, que lidera o segmento no Brasil com motor turbodiesel de 204 cv. Outros rivais incluem o Chevrolet Trailblazer, com motor 2.8 de 207 cv, e o Mitsubishi Pajero Sport, equipado com propulsor 2.4 de 190 cv. Todos eles oferecem tração 4×4 e são movidos a diesel, o que acentua ainda mais a distinção do Everest por utilizar gasolina como combustível.
