Após a realização de uma nova autópsia no Instituto Médico-Legal (IML) do Rio de Janeiro, a família de Juliana Marins reforçou o apelo por esclarecimentos sobre as circunstâncias da morte da jovem, que caiu durante uma trilha no Monte Rinjani, na Indonésia.
Juliana, publicitária de 26 anos, estava em viagem pela Ásia quando sofreu um acidente no segundo maior vulcão da Indonésia. O corpo foi inicialmente examinado em Bali, onde a primeira autópsia apontou múltiplas fraturas, lesões internas e morte em até 20 minutos após a queda. Entretanto, familiares apontam falhas nesse procedimento, inclusive quanto à divulgação prematura do laudo à imprensa estrangeira, antes mesmo da comunicação à família.
Na manhã de quarta-feira (02 de julho), Mariana Marins, irmã da vítima, esteve no IML Afrânio Peixoto, no Centro do Rio, para acompanhar a liberação do corpo e prestar novos agradecimentos. “Agradeço muito ao IML, à PGE, à União e à Polícia Federal. Sem toda essa ajuda e comoção, a gente não teria conseguido trazer Juliana para o Rio tão rápido, nem realizar essa autópsia. Meu pedido é: não esqueçam Juliana”, afirmou Mariana.
A nova análise, solicitada pela Defensoria Pública da União (DPU), teve início às 8h30 e durou cerca de duas horas e meia. A medida visa esclarecer pontos que permanecem nebulosos, como a data e o horário exato da morte, além de apurar se houve omissão de socorro por parte das autoridades locais. A certidão de óbito emitida na Indonésia, segundo a DPU, não foi conclusiva. “A família necessita de confirmação da data e horário da morte, a fim de apurar se houve omissão na prestação de socorro pelas autoridades indonésias”, destacou a defensora pública federal Taísa Bittencourt.
O corpo de Juliana chegou ao Brasil por meio de um voo da Força Aérea Brasileira, após conexão em São Paulo. A urna desembarcou na Base Aérea do Galeão por volta das 19h40 (horário de Brasília). O translado foi acompanhado por familiares, incluindo uma prima que esteve com o pai da jovem na Indonésia durante o processo de repatriação.
O velório está marcado para sexta-feira (04 de julho), às 10h (horário de Brasília), no Cemitério Parque da Colina, em Pendotiba, Niterói. A cerimônia será aberta ao público, com previsão de cremação na sequência.
Em declaração à imprensa, Mariana concluiu: “Ela sofreu muita negligência nesse resgate. Então, a gente vai continuar atrás”. A família, portanto, segue aguardando o resultado da nova autópsia, previsto para ser divulgado em até sete dias.


