A atriz Carolina Dieckmann compartilhou publicamente, nesta quarta-feira (30), um forte desabafo após a morte de sua melhor amiga, Preta Gil, ocorrida no dia 20 de julho. A cantora enfrentava um câncer agressivo, com metástase, e não resistiu à evolução da doença.
O vínculo entre as duas se manteve firme até os últimos dias da artista, acompanhados de perto pela atriz, inclusive durante o período de tratamento experimental em Nova York.
Reflexão sobre dor e consciência
A manifestação da atriz veio acompanhada de um texto intenso e emocional nas redes sociais. Ela iniciou o relato dizendo que se encontrava fragilizada, mas decidida a transformar o sofrimento em reflexão. Em um dos trechos mais impactantes, destacou o processo de despertar provocado pela perda:
“Oi gente… Vim botar a fuça aqui, com frio, mas com garra, porque afinal, pra levantar é preciso cair. Os últimos dez dias mudaram a minha vida… não pela guinada, mas pela ausência. Mas esses momentos em que a gente se sente cru, quando a dor chega na carne, trazem uma espécie de lucidez, uma lente super potente, uma hiper sensibilidade mesmo, capaz de enxergar tudo diferente; é quando o olho vê junto, e em sintonia, com o coração”.
Denúncia contra atitudes maldosas
Contudo, o tom do desabafo ganhou contornos mais críticos ao abordar a reação de algumas pessoas diante da perda. Dieckmann expressou espanto com comportamentos que, segundo ela, evidenciam falta de empatia:
“Estou vendo tudo. De quem vem com ternura, a quem se aproveita com maldade… É incrível como isso tudo coexiste. Eu sempre achei, no meu jeito doce e inocente de escolher o modo de ver, que uma grande dor, ou um grande amor, fossem capaz de neutralizar toda ruindade das pessoas… Porque desse modo, a empatia seria então uma opção unânime, como que um passaporte, pra se ser mais humano. Mas não é assim”.
A atriz ainda ressaltou que essa constatação a levou a repensar escolhas diárias e o modo como deseja impactar o mundo ao seu redor.
Esperança em meio à dor
A atriz encerrou a publicação com uma mensagem de esperança e convocação à consciência coletiva, sublinhando que a transformação do mundo depende de decisões individuais diárias:
“Tudo é escolha. O mundo tá muito doente, qualquer um vê… Mas existe uma possibilidade divina pra que a gente acorde enquanto estivermos vivos. Hoje eu acordei com força de levantar. E vim aqui, porque acho mesmo que tendo uma voz, isso deve servir ao coletivo. Não importa se é uma pessoa, ou mil… Que a gente acorde todos os dias não só para o dia, mas pra chance de fazer sempre o bem. Com amor…”.