Preta Gil faleceu no domingo (20), aos 50 anos, nos Estados Unidos, em decorrência de complicações causadas por um câncer no intestino. A artista estava em Nova York, onde realizava um tratamento experimental iniciado em 2025.
Gilberto Gil, pai da cantora, publicou uma nota oficial informando que a família está empenhada na repatriação do corpo para o Brasil. Conforme o comunicado divulgado nas redes sociais:
“É com tristeza que informamos o falecimento de Preta Maria Gadelha Gil Moreira, em Nova Iorque, onde estamos neste momento cuidando dos procedimentos para sua repatriação ao Brasil. Assim que possível, divulgaremos informações sobre as despedidas” .
Trâmites legais e burocráticos
O transporte do corpo entre os dois países envolve uma série de procedimentos legais e sanitários. Primeiramente, o falecimento precisa ser comunicado presencialmente ao consulado brasileiro por um familiar direto ou representante autorizado. Com isso, o consulado emite a Certidão de Registro Consular de Óbito, documento fundamental para a repatriação.
Entre os documentos obrigatórios estão a certidão de óbito americana, tradução juramentada, laudo de embalsamamento, autorização de transporte, passaporte do falecido e um certificado sanitário atestando que a morte não ocorreu por doença contagiosa. Além disso, é necessária a autorização da Anvisa para embarque no compartimento de cargas da aeronave.
O corpo precisa ser embalsamado, especialmente em voos com duração superior a 24 horas. Caso a causa da morte seja uma enfermidade transmissível, é exigida quarentena ou uso de urna metálica hermeticamente lacrada.
Custos e logística do traslado
Os valores para repatriação variam de acordo com o país, distância, tipo de serviço funerário e transporte aéreo. Conforme apontado pelo advogado Rodrigo Alvim, especializado em direito aéreo, os custos nos Estados Unidos começam em R$ 120 mil.
Esse valor engloba, sobretudo, serviços funerários (40% a 60%) e o restante é dividido entre taxas consulares, documentação e transporte internacional.
A família da cantora deve contratar uma empresa funerária especializada em traslados internacionais. Essa empresa é encarregada da preparação do corpo, embalsamamento, escolha do caixão e organização do voo, que pode ser comercial ou fretado, conforme a necessidade.
Alterações legais e exceções de custeio
Anteriormente, o governo federal não arcava com as despesas de translado de cidadãos falecidos no exterior. No entanto, após a morte da brasileira Juliana Marins, na Indonésia, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva alterou o decreto, autorizando o custeio em casos excepcionais.
Entre os critérios, estão a ausência de seguro, comoção pública e incapacidade financeira da família. Ainda assim, o repatriamento é coberto apenas até o primeiro ponto de chegada no Brasil; os custos internos seguem sob responsabilidade dos familiares.
Cerimônia e despedida
Preta Gil manifestou o desejo de ter seu velório no Theatro Municipal do Rio de Janeiro, com um cortejo em trio elétrico. A família confirmou que a cerimônia ocorrerá na capital fluminense, mas ainda não divulgou data ou horário para o sepultamento.