Durante a edição do programa Saia Justa exibida na terça-feira (02 de julho), a morte da brasileira Juliana Marins foi tratada como símbolo de um debate mais amplo sobre a violência enfrentada por mulheres. A jovem, de 27 anos, faleceu na Indonésia após sofrer um acidente durante uma trilha em um vulcão, e acabou sendo alvo de críticas nas redes sociais mesmo após sua morte.
A apresentadora Eliana considerou que o abandono sofrido por Juliana, que aguardou resgate sozinha por dias, também configurou uma forma de violência. “O abandono também foi uma forma de violência”, disse. A jornalista Ana Paula Araújo, convidada da edição, concordou com a análise e reforçou: “O que aconteceu com a Juliana foi um descaso absurdo. Ela foi deixada sozinha. E depois veio uma segunda violência, os comentários condenando a vítima, perguntando por que ela estava sozinha”.
Ao longo do programa, as falas de ambas destacaram a maneira recorrente com que mulheres são responsabilizadas pelas agressões que sofrem. Ana Paula, autora do livro Agressão, ressaltou como é comum ver questionamentos como “por que ela foi lá?”, “por que estava com essa roupa?” ou “por que não saiu daquele relacionamento?”, indicando a inversão de responsabilidade nesses casos.
Eliana lamentou a reação negativa direcionada à jovem e expressou indignação com os julgamentos que surgiram após o caso. “Como a liberdade de uma mulher incomoda”, declarou. “Vi críticas partindo até de outras mulheres sobre uma jovem de 27 anos que só queria realizar um sonho e se aventurar. E se aventurar é uma das coisas mais deliciosas da vida, para quem pode”, completou.
No encerramento da discussão, Eliana direcionou uma mensagem direta às mulheres que a acompanham em seus programas: “Acreditem, a culpa nunca é da vítima. A culpa é do agressor. Repito isso há anos e não vou parar”.