A estreia da série “Chespirito: Sem Querer Querendo”, produção da HBO Max que retrata a trajetória de Roberto Gómez Bolaños, reacendeu antigas tensões envolvendo a atriz Florinda Meza. O último episódio, lançado na quinta-feira (18), mostra detalhes controversos da relação entre Bolaños e Florinda, que foram casados por quase três décadas, até o falecimento do ator, em 2014.
O conteúdo do programa dividiu torcedores do clássico seriado “Chaves” e impulsionou um movimento inusitado na cidade mexicana de Juchipila, onde a artista nasceu.
Revelações causam reação em Juchipila
Segundo a narrativa da série, Florinda, interpretada sob o nome fictício de Margarita Ruíz, teria se envolvido com Bolaños enquanto ele ainda era casado com Graciela Fernández, mãe de seus seis filhos. A produção apresenta a personagem como uma figura manipuladora, retratada causando conflitos com colegas de elenco.
Esse retrato gerou revolta, principalmente entre moradores de Juchipila, que passaram a pedir publicamente a retirada de uma estátua em homenagem à atriz, instalada em 2019 no jardim principal da cidade.
Prefeitura mantém posicionamento favorável à atriz
Em meio à pressão popular, a administração municipal se manifestou em defesa da permanência do monumento. Em nota oficial, a prefeitura afirmou que Florinda “é uma figura reconhecida da arte e da televisão, cuja trajetória contribuiu significativamente para a cultura mexicana”.
Ainda segundo o comunicado, “nenhum ataque será capaz de apagar a luz de quem construiu uma carreira marcada por talento e generosidade”.
Mobilização propõe data para retirada do monumento
O movimento que pede a retirada da escultura, instalada não por seu papel como Dona Florinda, mas por sua atuação na novela “Milagro y Magia”, de 1991, propôs a data de quarta-feira (24) para a eventual derrubada.
A campanha ganhou força nas redes sociais, com apoiadores e opositores debatendo a legitimidade da homenagem à intérprete envolvida na polêmica pessoal e artística com Bolaños.
Declarações públicas de Florinda Meza
Florinda utilizou seu perfil oficial no Instagram para se manifestar sobre o conteúdo da série e a repercussão em torno de seu nome:
“Não entrei com nenhuma ação judicial. A pessoa que disse isso está mal informada. Ainda não decidi o que farei no futuro. Vocês escrevem histórias baseadas no que acham que deveria ser, sem sequer respeitar meu direito de não me manifestar sobre esses assuntos”.
Em outra parte do comunicado, a atriz rebateu o uso de entrevistas antigas: “Como consequência dessa série, reviraram arquivos, desenterraram entrevistas antigas, tiradas de contexto, e as usaram contra mim. Na vida real – com seres humanos, não personagens de novela – há muitos fatores a considerar”.
Por fim, ela criticou o julgamento público: “Embora eu deva respeito ao público, não sou propriedade da mídia. Meu nome, minha imagem e minha vida são meus. Quando tiver algo a declarar, todos saberão… diretamente de mim”.
Contexto e impacto cultural
Apesar da comoção, a estátua em questão homenageia a artista por sua contribuição à teledramaturgia mexicana, fora do universo de “Chaves”. Ainda assim, o legado da atriz é contestado por parte da população, especialmente após a exibição de conteúdos que resgatam conflitos de bastidores e relações pessoais tensas do passado.
A controvérsia evidencia o impacto duradouro de produções televisivas na memória coletiva e no reconhecimento público de seus protagonistas.