A TV Globo lançou no domingo (06) a atração “Aberto ao Público”, uma tentativa de renovar seu humorístico dominical com um formato que mescla stand-up, improvisação e participação da plateia. A criação e apresentação ficaram a cargo de Maurício Meirelles, que divide o palco com Bruna Louise, Thiago Ventura e Murilo Couto.
A proposta central do projeto é gerar constrangimento intencional — ou “vergonha alheia” — por meio de interações entre artistas convidados, humoristas e anônimos .
Gravado em um teatro da capital paulista, o programa recebe semanalmente uma celebridade e um comediante convidado. O episódio de estreia contou com a presença de Denílson, ex-jogador e comentarista.
Durante sua participação, o ex-atleta relembrou, com risadas contidas, um episódio envolvendo o cantor Zezé Di Camargo, seu cunhado. “Ele não”, teria dito o sertanejo ao encontrá-lo pela primeira vez .
Bastidores e processo de criação
A ideia surgiu ainda em 2024 por demanda direta da diretora de núcleo de humor da Globo, Patrícia Pedrosa. Segundo Meirelles, a solicitação foi por algo que utilizasse a cena stand-up de São Paulo sem se limitar a esse formato.
Com apoio de Daniel Nascimento e Gui Cintra no desenvolvimento, o piloto foi gravado em novembro do mesmo ano com Rodrigo Lombardi como cobaia. “Ele que topou fazer sem garantia nenhuma. O piloto foi essencial para moldar a estrutura que apresentamos hoje”, afirmou Meirelles .
Entre os quadros, destaca-se o “Passa o Telefone”, uma adaptação televisiva do já conhecido Webbullying, no qual o celular de um famoso é utilizado para interações com seus contatos reais — sempre com autorização. Deborah Secco, Gracyanne Barbosa e até Belo, de maneira indireta, já foram citados no contexto do quadro.
Reação da audiência e críticas públicas
Apesar da tentativa de inovação, a recepção foi, em sua maioria, negativa. A estreia do programa foi alvo de duras críticas nas redes sociais. Comentários como “Como deixaram colocar esse lixo no ar” e “A Globo desaprendeu a fazer humor” dominaram o X, repercutidos por perfis como “Comentando TV” e “Portal da TV”.
A revista Veja classificou o conteúdo como “entediante” e associou a atração a programetes de baixa qualidade veiculados por emissoras como RedeTV e SBT. “Como a Globo consegue juntar tanto comediante bom e fazer um programa tão sem graça?”, escreveu um internauta, refletindo o tom geral dos comentários nas plataformas digitais.
Números de audiência e cenário competitivo
Mesmo com a repercussão negativa, a Globo alcançou 9 pontos de audiência na estreia, ficando atrás apenas das plataformas de streaming, que somaram 13,1 no mesmo horário. O SBT, com o “Show do Milhão”, atingiu 7,2 pontos e quase superou o novo humorístico global.
Record e outras redes ficaram bem abaixo, com menos de 3 pontos cada.
Avaliações divergentes
Apesar das críticas contundentes, houve espaço para opiniões mais brandas. Internautas como Iago Marian e Giulliano Pacheco manifestaram apreciação moderada. “Não é como os humorísticos antigos, mas achei divertido”, disse Marian.
Já Pacheco avaliou que o formato se beneficiaria de uma edição mais fluida, sugerindo aparência de programa ao vivo para gerar maior engajamento.
Expectativas e continuidade
A primeira temporada de “Aberto ao Público” será composta por quatro episódios, todos gravados previamente e lançados como especial de férias. Segundo o próprio Meirelles, a permanência da atração na grade dependerá diretamente da resposta do público e da mídia.
“Como o nome diz, é aberto ao público — eles é que vão decidir se continua ou não”, declarou .