O Botafogo acertou a contratação de Davide Ancelotti para o comando técnico da equipe. Aos 35 anos, o italiano assume o clube carioca para sua primeira experiência à frente de um time principal. A negociação foi conduzida diretamente por John Textor, que busca reestruturar o projeto esportivo após a saída de Renato Paiva, demitido após 23 partidas no cargo.
Embora ainda não esteja confirmado se Ancelotti dirigirá o time no clássico contra o Vasco, marcado para sábado (12), às 16h30, no Estádio Mané Garrincha, a expectativa é de que ele desembarque no Rio de Janeiro nos próximos dias.
Formação e histórico profissional
Nascido em Parma, em 1989, Davide cresceu no ambiente do futebol, enquanto seu pai, Carlo Ancelotti, ainda atuava como jogador do Milan. Ele tentou a carreira como atleta na posição de meio-campista, com passagens pelas categorias de base do clube rossonero e pelo Borgomanero, mas abandonou a trajetória em campo para dedicar-se aos estudos.
Graduado em Ciências do Esporte pela Universidade de Milão, iniciou sua carreira técnica aos 23 anos como preparador físico no Paris Saint-Germain. Posteriormente, atuou como auxiliar de preparação física no Real Madrid.
A partir de 2016, assumiu o posto de assistente técnico de Carlo em diversas equipes: Bayern de Munique, Napoli, Everton, novamente no Real Madrid e, mais recentemente, na Seleção Brasileira.
Concepções sobre o futebol
Davide Ancelotti defende uma proposta de jogo que une verticalidade e intensidade. “Prefiro um estilo de futebol um pouco mais vertical, mais ousado. Mas, se eu tivesse que resumir minha ideia de futebol, diria que o importante é saber fazer muitas coisas em um nível muito alto”, afirmou em entrevista ao jornal Marca.
Ainda segundo o novo comandante, sua visão se inspira em equipes completas, como o Paris Saint-Germain de Luis Enrique. “Eles sabem manter a posse, atacar de forma objetiva, pressionar alto e defender em bloco baixo. No futebol de hoje, você tem que saber fazer tudo”, declarou na mesma ocasião.
Relação com Carlo Ancelotti e ruptura profissional
Apesar da influência direta de Carlo, Davide destaca que nem sempre compartilha das mesmas ideias do pai. “Houve mais vezes em que não concordamos do que o contrário. Ele precisa de pessoas que não aceitam tudo. Eu, por outro lado, ainda tenho muitas dúvidas e busco um ambiente que me traga mais certezas”, revelou.
Essa transição para o Botafogo representa a primeira ruptura em sua trajetória profissional, que até então esteve completamente vinculada ao multicampeão italiano. “Minha ambição é treinar sozinho. Isso é muito claro para mim”, disse Davide, ainda antes da proposta do clube carioca.
Presença na Seleção Brasileira
Mesmo com o novo desafio no futebol brasileiro, Davide Ancelotti seguirá envolvido no projeto da Seleção Brasileira, embora não esteja confirmado se participará de todas as convocações até a Copa do Mundo de 2026. Conforme publicado pelo Marca, ele permanecerá como auxiliar técnico de Carlo, mas com presença parcial nas Datas Fifa.
Reputação no ambiente de trabalho
Profissionais que atuaram ao lado de Davide destacam sua capacidade didática e talento para comunicação. Durante sua passagem pelo Bayern, o atacante Robert Lewandowski chegou a elogiá-lo publicamente: “Trabalhar com Davide é muito bom. Ele é muito talentoso e consegue explicar tudo muito bem”, declarou o polonês.