Após dois anos fora do ar, o programa “Casos de Família” voltou à grade do SBT na segunda-feira (28), às 14h45 (horário de Brasília), mas não atingiu os resultados esperados pela emissora. Comandada novamente por Christina Rocha, a atração obteve 2,9 pontos de média, 3,6 de pico e 6% de participação entre os televisores ligados.
O número ficou abaixo da média que a emissora vinha registrando na mesma faixa horária com a reprise de “A Usurpadora”, que oscilava entre 3 e 4 pontos na semana anterior.
Dessa forma, o SBT ocupou a terceira colocação no ranking da TV aberta, ficando atrás da Globo, que marcou 12,8 pontos, e da Record, com 5,2 pontos. Em contrapartida, a Band marcou apenas 0,9 ponto no mesmo período.
Estrutura reformulada e aposta em celebridades
A nova fase do programa manteve o tradicional formato centrado em conflitos familiares, agora com uma abordagem visual renovada e maior interatividade da plateia. Além disso, incluiu como novidade desentendimentos envolvendo figuras conhecidas do público, ampliando o escopo das discussões.
O diretor Rafael Bello revelou que a produção modernizou o cenário, dividindo-o em três ambientes, e incluiu novos recursos, como uma abertura em ritmo de samba e maior participação da audiência em tempo real.
Participações e polêmicas na estreia
O episódio de reestreia contou com a presença da família Minerato, composta pelas irmãs Ana Paula e Tati e pela mãe das influenciadoras. O tema central foi uma briga entre as irmãs, mas a escolha das convidadas gerou controvérsia.
Internautas criticaram especialmente a presença de Ana Paula Minerato, envolvida em um caso de racismo que a afastou da Band em 2024.
A recepção nas redes sociais foi dividida. Enquanto parte do público demonstrou entusiasmo com o retorno da atração, outros apontaram exageros nas histórias apresentadas. Comentários como “esse Casos de Família tá um pouco forçado” contrastaram com elogios como “como eu amo a energia do Casos de Família”.
Declarações de Christina Rocha
Em entrevista anterior à estreia, Christina Rocha reconheceu o desafio de reconquistar o público em um cenário mais competitivo. “Audiência não se reconquista do dia para a noite, mas o público do SBT vai voltar, tenho certeza”, declarou a apresentadora.
Questionada sobre acusações de que o programa seria roteirizado, Christina negou qualquer tipo de armação: “Tiveram casos que a gente descobriu a verdade, mas a gente não tem poder de polícia, né?!”.
Ela ainda reforçou a dedicação da equipe:
“Os estagiários dão duro pra caramba, eles vão em algumas comunidades que são barra pesada”.
Histórico e expectativas
O programa foi exibido de forma ininterrupta por 18 anos, até março de 2023, acumulando mais de 7 mil episódios com temas como abandono parental, infidelidade, violência doméstica e desavenças entre familiares.
Apesar da tentativa de reposicionar a atração, os números demonstram que a retomada enfrentará obstáculos para alcançar a relevância de outras fases. Embora o SBT aposte na força da marca, os índices indicam que o caminho até a reconquista da audiência será mais longo do que o previsto.