O nome de Carlo Ancelotti, atualmente técnico da seleção brasileira, voltou a estampar manchetes internacionais, mas desta vez fora dos gramados. O italiano foi condenado a um ano de prisão na Espanha por fraude fiscal relacionada ao período em que treinava o Real Madrid, em 2014.
A decisão da Justiça espanhola também impõe uma multa de 387 mil euros (cerca de R$ 2,4 milhões) e o impede de receber subsídios públicos pelos próximos três anos.
Sistema “confuso” e ocultação de renda
De acordo com os promotores espanhóis, Ancelotti teria utilizado um “sistema confuso e complexo” envolvendo empresas de fachada para ocultar receitas provenientes de direitos de imagem e outros ativos, como imóveis. Isso porque, entre 2014 e 2015, ele teria declarado apenas o salário recebido pelo Real Madrid, omitindo ganhos que ultrapassaram um milhão de euros.
Cabe ressaltar que o técnico foi acusado de seguir uma prática comum à época. No próprio depoimento ao Tribunal Superior de Justiça de Madri, em abril deste ano, Ancelotti declarou:
“Naquela época, todos os jogadores e treinadores estavam fazendo dessa forma, parecia a coisa certa a fazer.”
Defesa aponta orientação do clube
Em sua defesa, o treinador de 65 anos afirmou que todo o modelo de pagamento havia sido sugerido pelo Real Madrid.
“Quando o clube me sugeriu, coloquei o Real Madrid em contato com meu consultor. Não lidei com isso porque nunca fui pago dessa forma”, declarou, destacando que “nunca percebeu que algo não estava certo”.
Dessa maneira, Ancelotti reforçou que não teve a intenção de cometer fraude fiscal. Por isso, o pedido inicial dos promotores, de quatro anos e nove meses de prisão, foi reduzido para um ano.
Precedentes pesam no julgamento
Vale destacar que casos semelhantes com atletas e treinadores na Espanha frequentemente terminam em acordos judiciais e penas suspensas. Sendo assim, é provável que Ancelotti também não cumpra a pena em regime fechado, ainda que o episódio manche sua imagem à frente da seleção brasileira.
Com isso, o episódio se junta a uma série de escândalos que colocam o futebol europeu sob vigilância fiscal.


