A Comissão de Arbitragem da CBF realizou recentemente um encontro com 64 integrantes do quadro nacional. A ação integra uma série de iniciativas voltadas à qualificação técnica e estratégica dos árbitros. Segundo o presidente da comissão, Rodrigo Cintra, a atual gestão da entidade tem adotado um planejamento mais consistente e abrangente, com treinamentos realizados de forma contínua e programada.
Aliás, as mudanças estruturais observadas na CBF desde a entrada de Samir Xaud na presidência têm impactado diretamente a forma como a arbitragem é tratada. A gestão anterior, liderada por Ednaldo Rodrigues, já havia promovido ações pontuais, mas agora há uma agenda definida que contempla eventos técnicos a cada dois ou três meses. Além disso, estão previstos seminários regionais em diferentes estados do país já a partir de julho.

“Temos a possibilidade de fazer os seminários regionais para conhecermos árbitros lá no nascedouro”, afirmou Cintra. A proposta, segundo ele, visa não apenas a melhoria da atuação dos profissionais já consolidados, mas também a descoberta de novos talentos espalhados pelo território nacional. “Essa oportunidade que a nova gestão nos dá é muito importante para pensarmos na nova geração da arbitragem”, completou.
Enquanto isso, a CBF também decidiu iniciar a profissionalização dos árbitros, utilizando como base o relatório do senador Romário sobre o Projeto de Lei 864/2019. A proposta do parlamentar prevê contratos formais com salário fixo, benefícios trabalhistas e bônus por desempenho. Conforme Romário, essa medida encerra um modelo de décadas baseado na informalidade. “É inaceitável que, em pleno 2025, profissionais continuem sem vínculo formal, sem segurança e sem proteção”, declarou.
Surpreendentemente, a entidade começou a adotar essas diretrizes mesmo antes da aprovação final do projeto no Congresso. Atualmente, mais de 700 árbitros e assistentes atuam como autônomos. Com a implementação desse novo modelo até 2026, a expectativa é de que haja melhorias não apenas nas condições de trabalho, mas também na qualidade técnica, física e psicológica dos profissionais envolvidos.
Por fim, tanto a reestruturação promovida pela nova presidência quanto o movimento político conduzido no Senado caminham para um mesmo objetivo: transformar a arbitragem brasileira. Afinal, o fortalecimento da categoria é tido como uma peça fundamental para a evolução do futebol nacional, sobretudo no que diz respeito à credibilidade e à equidade das competições.


