O atacante Rony, contratado pelo Atlético em fevereiro deste ano, formalizou um pedido de rescisão contratual por meio da Justiça do Trabalho. O vínculo atual entre jogador e clube tem validade até dezembro de 2027, mas a ação judicial alega descumprimento de obrigações trabalhistas por parte do clube mineiro. Entre os motivos apresentados estão atrasos nos depósitos de FGTS, luvas e principalmente direitos de imagem.
Apesar de o clube afirmar estar com os salários em dia, o estafe do jogador sustenta que as pendências se acumulam há pelo menos dois meses — o que, conforme a Lei Geral do Esporte, justifica a rescisão indireta do contrato de trabalho por justa causa. Conforme essa legislação, o atleta pode romper o vínculo caso haja inadimplência superior a 60 dias em qualquer uma das verbas previstas, como salários, direitos de imagem ou encargos trabalhistas.
Em nota oficial, o Atlético reconheceu ter sido notificado da ação. No entanto, afirmou desconhecer os detalhes dos pedidos apresentados. “O Atlético informa que foi notificado pela Justiça do Trabalho, em ação ajuizada pelo atacante Rony, cujos pedidos ainda desconhecemos. O Galo esclarece que está com os salários (CLT) rigorosamente em dia, e somente com uma parcela dos direitos de imagem atrasada em apenas dois dias”, declarou o clube.
O empresário do jogador, Hércules Júnior, evitou comentar o caso por conta do segredo de Justiça, mas confirmou a tentativa de resolução extrajudicial anterior. Segundo ele, foram feitas diversas tentativas de negociação com o clube, todas sem sucesso, o que levou à decisão de recorrer à Justiça para proteger os interesses do atleta.
Rony comunicou sua saída aos colegas e funcionários do clube na terça-feira (22), durante o horário de almoço. Embora tenha solicitado o rompimento contratual, o jogador se colocou à disposição para continuar treinando na Cidade do Galo enquanto aguarda o desfecho judicial.
O atacante foi contratado pelo Atlético por cerca de 6,5 milhões de euros (R$ 38,8 milhões na cotação da época), com parte dos direitos econômicos pertencentes a Palmeiras (50%), Athletico-PR (35%) e ao próprio jogador (15%). A chegada de Rony ao Galo se deu para substituir Paulinho, que seguiu para o Palmeiras. Ele esteve próximo de reforçar o Vasco, mas segundo declarações anteriores, “a palavra já estava dada ao Galo”.
Pelo Atlético, Rony disputou 28 partidas, marcou 10 gols e conquistou o título do Campeonato Mineiro. Ainda assim, o clube vem enfrentando dificuldades financeiras nos últimos meses, inclusive com relatos de atrasos em premiações.