sábado, agosto 2, 2025
18 C
São Paulo

Atlético-MG: Cuca é sincero sobre polêmica envolvendo atrasos salariais

Após protestos por salários atrasados e pressão interna, Atlético-MG supera crise e garante vaga nas oitavas da Sul-Americana nos pênaltis

O Atlético-MG enfrentou uma semana conturbada, marcada por tensões salariais e instabilidade nos bastidores. Após a derrota para o Palmeiras no domingo (20 de julho), pelo Campeonato Brasileiro, parte do elenco decidiu acionar o clube na Justiça, alegando atraso nos pagamentos. Entre os atletas envolvidos, Rony chegou a solicitar a rescisão de contrato, acentuando o clima delicado dentro do vestiário.

Apesar das adversidades, a diretoria conseguiu regularizar parte dos débitos, o que permitiu manter o elenco intacto. A crise, contudo, não passou despercebida pelos torcedores, que reagiram com protestos e vaias durante os compromissos seguintes. Ainda assim, o técnico Cuca buscou uma abordagem compreensiva diante do cenário, reconhecendo tanto o lado dos jogadores quanto o sentimento dos torcedores.

Hulk Atlético-MG (Foto: Pedro Souza / Atlético)

“Eu consigo entender todos os lados. Entendo o lado do torcedor, eu acho que faria o mesmo. Eu ficaria muito bravo e revoltado. Eu consigo entender o lado do profissional também. Eles acionaram um botão de alerta. Três ou quatro. Um acionou direto a rescisão, que foi o Rony. No meio disso, a gente saiu bem porque não perdemos ninguém. Eu conversei um por um antes de escalar: ‘A coisa mais fácil, para mim, é te tirar do time. É o que todo mundo quer. Eu vou estar de bem, mas não é o justo’. Não é fácil jogar na pressão que eles jogaram.”

Aliás, essa pressão foi sentida especialmente no confronto decisivo contra o Bucaramanga, pela Sul-Americana. Depois de vencer o jogo de ida fora de casa, o Galo acabou derrotado por 1 a 0 na Arena MRV, levando a decisão para os pênaltis. Nas cobranças, brilhou a estrela do goleiro Everson, que defendeu duas batidas e ainda converteu o último pênalti, garantindo a classificação às oitavas de final.

“É mata-mata. Sul-Americana, Libertadores… é um país contra o outro. Os jogos são muito difíceis. Você pensa porque um time não tem tanto nome vai fazer um jogo fácil, não faz. A prova está aí. Outras equipes brasileiras tiveram dificuldades de passar ou ficaram pelo caminho. Fico contente com a passagem, mas não fico feliz pela maneira que aconteceu.”

Atualmente, o Atlético-MG se prepara para uma sequência de três jogos decisivos. Enfrenta o Flamengo no domingo (27 de julho), às 20h30 (horário de Brasília), pelo Brasileirão. Em seguida, as duas equipes voltam a se encontrar pelas oitavas de final da Copa do Brasil, com o duelo de ida marcado para quarta-feira (31 de julho), no Maracanã, e a volta no dia 6 de agosto, em Belo Horizonte.

Em meio à instabilidade recente, Cuca apelou por foco e união no elenco. “Já teve uma atitude em cima disso, praticando neutralizando as dívidas e jogando a responsabilidade para nós. A gente tem que saber lidar com isso. Assim que vai acontecer daqui pra frente. Temos que nos mobilizar nesses jogos duros contra o Flamengo, fora de casa. Temos que nos mobilizar para fazer bons jogos.”

Por fim, o treinador também lamentou a saída de Rubens, negociado com o futebol russo. Segundo ele, o jogador fazia diferença em várias funções em campo e deixará uma lacuna no grupo.