O atacante Dudu, atualmente no Atlético-MG, será julgado nesta sexta-feira (18) pela 5ª Comissão Disciplinar do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD), em decorrência de declarações ofensivas publicadas contra a presidente do Palmeiras, Leila Pereira. A denúncia, acolhida pelo tribunal, baseia-se no artigo 243-G do Código Brasileiro de Justiça Desportiva, que trata de práticas discriminatórias, com foco específico em misoginia e desrespeito de gênero.
A origem do processo remonta ao fim de 2024, quando o jogador deixou o Palmeiras após negociações tumultuadas para atuar no Cruzeiro. Dudu, que já havia tentado sair anteriormente, acabou permanecendo por mais alguns meses, mas sua relação com a diretoria, especialmente com Leila, se deteriorou. A situação se agravou quando a presidente declarou que o atleta “saiu pela porta dos fundos”, o que motivou uma reação pública do jogador em suas redes sociais.

A postagem que gerou repercussão incluía críticas diretas e o uso da sigla “VTNC”, amplamente interpretada como ofensiva. Em resposta, os advogados de Dudu alegaram que a sigla significava “vou trabalhar no Cruzeiro”, o que foi ironizado pela parte adversária. A dirigente considerou a mensagem como “desproporcional e desrespeitosa”, tomando a decisão de acionar o STJD.
“Me esquece. Vai tomar no **”, escreveu Dudu na época, em referência direta à dirigente alviverde, após ser citado indiretamente em uma entrevista dela. A partir dessa publicação, Leila decidiu ingressar com processo esportivo e também com uma queixa-crime por injúria e difamação, que será avaliada em agosto pela Justiça de São Paulo.
Em contrapartida, o jogador também entrou com ação judicial contra a presidente, pedindo R$ 500 mil por danos morais, sustentando que não houve ofensa real. A situação se agravou com a aproximação do duelo entre Palmeiras e Atlético-MG, marcado para domingo (20), no Allianz Parque, o que poderia marcar o reencontro de Dudu com o ex-clube, caso ele não seja suspenso.
Se condenado, o atacante poderá pegar de cinco a dez partidas de suspensão e pagar multa entre R$ 100 e R$ 100 mil, conforme estabelece a legislação desportiva. A defesa do atleta ainda pode recorrer ou solicitar efeito suspensivo, dependendo da decisão a ser anunciada.
Aliás, o julgamento está previsto para as 10 horas (horário de Brasília) e pode ter impacto direto na escalação da equipe mineira. O episódio também reacende o debate sobre condutas de atletas nas redes sociais e o limite entre críticas e agressões pessoais no ambiente esportivo.