O atacante Dudu, do Atlético, segue impedido de atuar nas competições da CBF após julgamento no Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD). A decisão mais recente, divulgada nesta segunda-feira (21 de julho), concedeu efeito suspensivo parcial ao atleta, retirando a obrigatoriedade de pagamento da multa de R$ 90 mil, mas mantendo a suspensão de seis partidas, das quais uma já foi cumprida no duelo contra o Palmeiras, no domingo (20 de julho).
O caso envolve publicações feitas por Dudu nas redes sociais em janeiro, logo após sua saída do Palmeiras, em que utilizou expressões ofensivas direcionadas à presidente do clube paulista, Leila Pereira. O atacante foi denunciado com base no artigo 243-G do Código Brasileiro de Justiça Desportiva (CBJD), que trata de atos discriminatórios, e punido pela 5ª Comissão Disciplinar do STJD na sexta-feira (18 de julho).
Na avaliação do Atlético, a pena imposta é excessiva. O clube mineiro havia solicitado efeito suspensivo total, a fim de liberar o atleta para atuar até o julgamento do recurso no Pleno do STJD. Contudo, o Tribunal atendeu apenas parcialmente ao pedido, isentando temporariamente o jogador da multa financeira, mas mantendo a punição desportiva.
O departamento jurídico do clube demonstrou insatisfação com a morosidade do STJD, principalmente pelo fato de o jogador ter ficado fora do reencontro com o Palmeiras, no Allianz Parque. Segundo a defesa, “a falta de resposta do STJD foi mais que uma omissão”.
A situação ainda está pendente de nova análise no Pleno do Tribunal. O Atlético busca uma reconsideração que permita o retorno de Dudu aos gramados o quanto antes. Caso o cenário permaneça, ele continuará fora dos jogos contra Flamengo (Brasileirão e Copa do Brasil), Red Bull Bragantino e Vasco, todos válidos por competições organizadas pela CBF.
O episódio teve origem em atritos entre o atacante e a presidente do Palmeiras. Após ser criticado por Leila por sua saída do clube, Dudu respondeu com uma postagem nas redes sociais que dizia: “O caminhão estava pesado e mandaram eu sair pelas portas do fundo!!! Minha história foi gigante e sincera, diferente da sua senhora Leila Pereira. Me esquece. VTNC”.
A dirigente, por sua vez, chegou a declarar que “se fosse um homem, ele não teria coragem de fazer isso como nunca houve na história do futebol brasileiro”, acrescentando posteriormente: “Não tenho dúvida que tudo o que esse atleta fez é porque sou mulher”.
Enquanto isso, ambas as partes acionaram a Justiça comum. Leila entrou com uma ação civil contra o atacante, e Dudu apresentou uma queixa-crime contra a dirigente, alegando difamação e injúria. A audiência está marcada para segunda-feira (26 de agosto), na 13ª Vara Criminal da Comarca de São Paulo.