Rogério Ceni tem desempenhado papel central na transformação recente do Bahia, clube que assumiu em setembro de 2023. Desde então, já figura entre os técnicos com mais partidas à frente da equipe. Sob seu comando, o Tricolor passou de uma luta contra o rebaixamento para a disputa de competições continentais, como a Libertadores, além de se manter competitivo em torneios nacionais.
A trajetória positiva é reflexo de uma gestão integrada com o Grupo City e do foco em estrutura. O técnico celebrou a construção de um novo centro de treinamento como passo essencial para consolidar o clube em patamar mais alto. Conforme ele próprio afirmou, o novo espaço facilitará o desenvolvimento de atletas da base, além de proporcionar melhores condições para o trabalho cotidiano do elenco profissional.

“Quem levou o Bahia foram os jogadores, pela dedicação, propósito. A gente só é parte do processo, ideias de jogo, como jogar. Mas execução é feita por eles. Para mim, o que importa é que o Bahia caminha a passos largos para ser o maior e melhor Bahia de toda a sua história”.
Atualmente, o Bahia está envolvido em quatro frentes simultâneas: Copa do Nordeste, Copa do Brasil, Campeonato Brasileiro e Copa Sul-Americana. Segundo o treinador, essa fase exige equilíbrio emocional e físico do elenco. Ceni mencionou a dificuldade de manter padrão de jogo diante de um calendário apertado e mudanças frequentes no time titular.
“Este ano, o que tem de melhor é que a gente tem um número maior de jogadores que está jogando, uma minutagem melhor distribuída, mas é um calendário dificílimo para você se manter bem em todas as competições”.
Na mesma linha, Ceni abordou o papel das categorias de base, destacando que jovens jogadores têm recebido oportunidades no elenco principal. Ele acredita que formar atletas e mantê-los por um período antes de negociá-los com o exterior é o único modelo sustentável no futebol brasileiro.
O treinador também comentou sobre o desempenho dos clubes nacionais no Mundial de Clubes. Para ele, Palmeiras, Flamengo, Botafogo e Fluminense elevaram o nível do futebol brasileiro ao se apresentarem de forma competitiva, mesmo diante de adversários de maior poder econômico. Em especial, ele avaliou que o Fluminense poderia ter superado o Chelsea na semifinal.
“Acho que o Fluminense poderia vencer o Chelsea. O Fluminense foi muito competitivo, assim como o Botafogo, o Flamengo, que deu azar e caiu no lado mais difícil. O Palmeiras, todos foram para a fase de mata-mata e engrandeceram o futebol brasileiro”.
Além disso, Ceni também recebeu elogios de Ferran Soriano, executivo do Grupo City, em momentos críticos da temporada passada, algo que ele considera fundamental para a continuidade do projeto no clube baiano. Ainda que reconheça o desejo de trabalhar um dia na Europa, o técnico declarou estar comprometido com seu contrato no Bahia, válido até 2027.
“Eu já falei que eu sou muito grato ao Ferran [Soriano] por, no momento mais difícil no ano passado, ele vir aqui [e defender o trabalho]. Isso é uma gratidão”.