quarta-feira, dezembro 17, 2025
16.8 C
São Paulo

Dívida do Botafogo pode levar à saída de atacante do clube

Alvinegro tem débito de cerca de R$ 20 milhões com o time russo,

O atacante Artur, contratado pelo Botafogo no início de 2025 junto ao Zenit, da Rússia, vive uma situação indefinida em meio a entraves financeiros e políticos. O clube carioca ainda não quitou parte dos valores acordados pela transferência, que totalizou 10 milhões de euros — equivalente a cerca de R$ 62 milhões na época do acerto.

Atualmente, o débito gira em torno de R$ 20 milhões, relativos às primeiras parcelas da negociação. Apesar das pendências com o clube russo, o Botafogo garante que não há atrasos em salários ou outros compromissos com o jogador. O impasse, portanto, limita-se à transação entre as instituições.

De acordo com a diretoria alvinegra, o pagamento ao Zenit foi inviabilizado pelas sanções econômicas aplicadas pelo governo dos Estados Unidos à Rússia, em decorrência da guerra contra a Ucrânia. Segundo a SAF comandada por John Textor, essas restrições impedem que o montante seja transferido de forma legal. Ainda assim, o Zenit não reconhece essa justificativa e pode acionar a Fifa para resolver a questão.

Artur Botafogo (Foto: Vitor Silva/Botafogo)

Artur soma 48 partidas pelo clube de General Severiano, com oito gols marcados e cinco assistências. Embora o Botafogo não tenha se pronunciado oficialmente sobre uma possível saída, o futuro do jogador passou a ser discutido nos bastidores. Representantes do camisa 7 estão no Catar e não descartam uma transferência internacional.

A eventual venda do atleta serviria, primordialmente, para quitar o valor devido ao clube russo. Assim, o Botafogo conseguiria regularizar sua situação contratual sem comprometer o planejamento financeiro da equipe para 2026. A mesma justificativa geopolítica já havia sido utilizada anteriormente pela SAF para desfazer a compra do volante Wendel, também do Zenit, no meio do ano.

Conforme interlocutores ouvidos pela imprensa, o clube brasileiro reforça que a alegação se baseia em normas jurídicas impostas aos proprietários da SAF, e não em dificuldades econômicas. Entretanto, o clube russo entende que o acordo firmado deve ser cumprido integralmente.

A falta de consenso entre as partes adiciona mais um capítulo ao já conturbado histórico recente do Botafogo no mercado internacional. Embora tenha sido importante na temporada, a permanência de Artur depende agora de fatores que vão além do desempenho em campo.

Em meio a esse cenário, a diretoria do Botafogo monitora o desfecho das tratativas e evita declarações públicas mais contundentes. O clube segue em busca de uma solução que minimize danos institucionais e preserve o ativo técnico do jogador, ao mesmo tempo em que tenta manter alinhado o cumprimento de normas internacionais.