O Corinthians vive um momento delicado dentro e fora de campo. A equipe encerrou a 19ª rodada do Campeonato Brasileiro com derrota para o Juventude, por 2 a 1, no estádio Alfredo Jaconi, na segunda-feira (11). O resultado ampliou a sequência negativa para cinco jogos sem vencer na competição — três empates e duas derrotas — deixando o time estacionado com 22 pontos e na 13ª colocação, apenas quatro à frente da zona de rebaixamento, que tem o Vasco como primeiro integrante e ainda com dois jogos a menos.
O ex-lateral Cicinho, atualmente comentarista, analisou a atuação no programa Jogo Aberto e não poupou críticas ao desempenho alvinegro. Para ele, o rendimento ficou muito abaixo do esperado, principalmente após a classificação sobre o Palmeiras na Copa do Brasil, quando havia a chance de embalar moralmente na temporada.

“Foi muito futebol muito pobre. Para um clube como o Corinthians, com jogadores que têm, foi um jogo bem abaixo daquilo que o torcedor espera. Fora de campo, o Corinthians está totalmente desorganizado, então precisa dentro de campo dar um pouco de alegria ao torcedor. Aí conquista uma vitória sobre o Palmeiras, se classifica, tem a possibilidade de confirmar a sua força, e o time entra da forma com que entrou contra o Juventude, o torcedor começa a se sentir ofendido pela postura”, afirmou Cicinho.
Além do revés no Brasileirão, o clube também enfrenta graves problemas administrativos. Nesta terça-feira (12), a Fifa aplicou um transfer ban ao Corinthians por dívida de R$ 34 milhões com o Santos Laguna, do México, referente à contratação do zagueiro Félix Torres. A punição impede o registro de novos atletas por três janelas de transferências, salvo se o débito for quitado ou houver acordo com o clube mexicano. Em fevereiro, a equipe já havia sido condenada a pagar cerca de R$ 55 milhões por pendências relacionadas às negociações de Rodrigo Garro e do próprio Félix Torres. A dívida total do clube ultrapassa R$ 2 bilhões.
O próximo compromisso do Corinthians será pela Copa do Brasil, nas quartas de final, contra o Athletico-PR, com o segundo jogo marcado para a Neo Química Arena. O sorteio realizado nesta terça-feira colocou frente a frente dois times que, segundo ironia de Cicinho, poderiam até se encontrar na Série B em 2026, caso o rebaixamento se concretize para algum deles.
De acordo com levantamento do Departamento de Matemática da UFMG, a equipe paulista tem hoje 17,1% de risco de queda, ocupando a oitava posição entre os mais ameaçados da Série A. O Juventude, mesmo com a vitória, segue na penúltima colocação, agora com 14 pontos.
Enquanto o elenco tenta reagir no campeonato nacional, a diretoria busca soluções para o grave cenário financeiro e administrativo. O atacante Vitinho, última contratação antes da punição, já está regularizado no Boletim Informativo Diário (BID) e poderá atuar normalmente, já que a sanção da Fifa passou a valer a partir do dia 12 de agosto.