A sequência de episódios envolvendo Memphis Depay no Corinthians segue gerando repercussões e críticas contundentes. Após a derrota para o São Paulo, no sábado (19), o atacante foi substituído ainda no intervalo e sequer retornou ao banco de reservas na segunda etapa. A atitude chamou a atenção e foi interpretada como um reflexo do clima tenso nos bastidores alvinegros.
A situação ganhou novos contornos após a análise de Fernando Prass. Durante participação no Globo Espore, o ex-goleiro considerou que a conduta de Depay deve ser um alerta para o clube.
“Não, não é normal (a atitude). Tem o indício de um ruído que tá tendo dentro do Corinthians. Um cara do tamanho do Memphis, ele tá no banco, ele pode usar diversas formas, porque o jogador do tamanho dele não ajuda só dentro de campo, né? Pode ajudar com uma leitura de jogo com o Dorival, uma motivação com os companheiros, uma conversa. É um sinalzinho que liga uma luz amarela aí no Corinthians”.
Em sua defesa, Dorival afirmou que a substituição foi unicamente técnica. Segundo o treinador, o jogador não estava entregando o que era necessário e, por isso, a alteração foi inevitável. Ele ainda destacou que qualquer atleta está sujeito a ser sacado, independentemente de nome ou status no elenco.
Fernando Prass reforçou seu ponto de vista, destacando que o critério técnico deve prevalecer nas decisões da comissão, sem interferência de fatores externos.
“Eu acho que a questão de ser o jogador mais caro não pode influenciar nas avaliações do Dorival. O Dorival tem que se preocupar exclusivamente com o dentro do campo, né? Essa questão de fora de campo, do salário, de quanto custou o jogador, fica pra diretoria. O Dorival tem que ver a parte técnica e tática. E se ele viu que o Memphis não tava entregando o que ele precisava pra aquele jogo, mais do que certo”.
Apesar das críticas, Memphis segue vinculado ao clube e não há planos imediatos de saída, apesar das inúmeras polêmicas recentes. Segundo a ESPN, o jogador não pretende deixar o Brasil, mas reconhece que o cenário político e financeiro instável do Corinthians afeta diretamente o desempenho do time e do projeto que o trouxe ao Parque São Jorge.
Além da relação desgastada com parte da torcida, pesa contra Depay uma dívida de quase R$ 6 milhões entre direitos de imagem e premiações. A diretoria quitou parte dos valores, mas ainda há pendências que seguem sendo tema de reuniões internas.
A permanência do camisa 10, portanto, segue envolta em incertezas, tanto dentro quanto fora de campo. A avaliação técnica, os bastidores tumultuados e a resposta do jogador aos desafios atuais serão determinantes para definir o próximo capítulo dessa passagem marcada por instabilidade.
