O Corinthians enfrenta um cenário preocupante após identificar possíveis irregularidades em contratos firmados durante a gestão do ex-presidente Augusto Melo. A atual diretoria avalia que os aditivos assinados com a empresa RF Segurança e Serviços podem gerar um prejuízo de até R$ 30 milhões, valor correspondente às multas rescisórias previstas nos documentos.
Os contratos em questão foram renovados em maio de 2025 e estendem os serviços prestados pela empresa até 2030. Contudo, a maior polêmica recai sobre o fato de que os aditivos foram assinados sem o aval do departamento jurídico do clube. A nova diretoria, liderada por Osmar Stabile, só teve acesso aos documentos após o afastamento de Augusto Melo, em 26 de maio.

“Identificamos algo absolutamente estarrecedor”, afirmou Leonardo Pantaleão, assessor jurídico do Corinthians. Conforme explicou, além da ampliação do prazo contratual, houve aumento nos valores pagos e nas penalidades por rompimento, o que configura um impacto direto sobre o orçamento do clube. Ele criticou a postura adotada na gestão anterior ao afirmar que “isso é ataque direto ao patrimônio do clube”.
Por outro lado, Augusto Melo tentou minimizar o problema. Segundo o ex-presidente, não há prejuízo algum caso os contratos sejam mantidos até o fim do prazo estabelecido. “Se acham que há algum problema, basta não rescindir”, declarou, reforçando que a validade do acordo garante estabilidade contratual entre as partes envolvidas.
A RF, empresa responsável pelo serviço de segurança, também se manifestou publicamente. Em nota, justificou que os aditivos visam somente o reequilíbrio financeiro da operação, devido ao aumento dos salários no setor. “Queremos apenas o cumprimento do que foi estabelecido entre as partes”, afirmou a companhia, reforçando o caráter legal dos ajustes firmados.
Diante da situação, a atual diretoria instaurou um processo interno de apuração e anunciou que todos os contratos com indícios de irregularidade serão revisados. Em comunicado oficial, o clube afirmou: “Nosso foco é resguardar a governança e a saúde financeira do clube”. O caso segue em análise, enquanto o Corinthians busca garantir maior rigor nos processos administrativos daqui em diante.