Na quarta-feira (22 de outubro), a Justiça do Trabalho de São Paulo condenou o Corinthians a pagar aproximadamente R$ 2,5 milhões ao ex-meia Kauê Moreira de Souza. A decisão, assinada pelo juiz Ivo Roberto Santarem Teles, da 6ª Vara do Trabalho, fixou R$ 50 mil por danos morais e pensão mensal de R$ 12 mil até setembro de 2035, com 13º salário e férias.
Segundo o ‘GE’, a defesa sustentou acidente de trabalho que abreviou a carreira após grave lesão no joelho direito. Um laudo pericial constatou lesão no tendão patelar, evolução com dor crônica, limitações de mobilidade e incapacidade laboral parcial para a prática esportiva.
No processo, a defesa afirmou que a lesão ocorreu durante atividades no clube e impediu a continuidade da carreira. O clube não se pronunciou. De acordo com o advogado do atleta, Filipe Rino, em contato ao LANCE!, a decisão reconheceu o acidente de trabalho e a incapacidade permanente para o exercício da profissão.
“Infelizmente a lesão e as nuances do tratamento colocam um ponto final prematuro na carreira dele. E como foi reconhecido o acidente de trabalho e a redução permanente e total para o exercício da sua profissão como atleta, o clube foi condenado a reparar o dano e condenado ao pagamento da indenização dos ‘lucros cessantes’, sendo feita uma projeção entre o encerramento da carreira por conta da lesão até os 35 anos de idade, período em que ele poderia atuar normalmente, caso não tivesse sofrido a lesão. A decisão não é inédita, ao contrário, vem se tornando cada vez mais comum em virtude das sérias lesões sofridas pelos atletas e que impedem a continuidade de suas carreiras”.
Kauê integrou as categorias de base do Corinthians entre 2019 e 2024, após passagens por São Paulo e São Bernardo. No Timão, ele não chegou a treinar com os profissionais e foi emprestado ao Oeste. O meia sofreu lesão no joelho direito e não voltou ao alto nível.
Em maio de 2021, ele lesionou o tendão patelar e, naquele momento, não passou por cirurgia, realizando fisioterapia. Em março de 2022, Joaquim Grava indicou cirurgia de urgência. Três meses depois, em maio, o médico corintiano César Janovsky recomendou nova intervenção para corrigir o procedimento anterior, reiterando a necessidade em agosto do mesmo ano.
No fim de 2022, o atleta fez infiltrações no joelho e seguiu em fisioterapia até abril de 2024, quando o contrato não foi renovado. Entre 2021 e 2024, ele não disputou partidas. Depois, passou pelo Marcílio Dias sem atuar, fez cinco jogos pelo Itaberaí e atuou por 20 minutos no Inhumas.
