O Corinthians discute como usará as verbas de direitos de transmissão da Liga Forte União (LFU) previstas para dezembro de 2025 e março de 2026. A destinação dependerá do equilíbrio entre o que entrará em caixa e obrigações imediatas que o clube precisa sanar.
Segundo os contratos, o mínimo previsto pela LFU é de R$ 188 milhões, podendo chegar a R$ 230 milhões conforme a posição final no Brasileirão. Paralelamente a isso, a diretoria projeta terminar entre os dez primeiros, com expectativa de receber entre R$ 200 milhões e R$ 210 milhões.
Metade será paga em dezembro, com cerca de R$ 40 milhões descontados por um empréstimo de R$ 150 milhões contratado na assinatura com a LFU. O contrato prevê desconto anual até 2029 de R$ 30 milhões, acrescido de juros de CDI mais 3% ao ano. Considerando os encargos, a estimativa é que entrem entre R$ 60 milhões e R$ 70 milhões em dezembro.
A prioridade é quitar dívidas que impedem ou podem impedir o registro de novos jogadores. O clube tem transfer ban ativo desde agosto por dívida com o Santos Laguna, relativa à compra do zagueiro Félix Torres no início de 2024. Há ainda um bloqueio nacional pela segunda parcela devida ao Cuiabá por Raniele, pendência já resolvida, aguardando apenas a revogação formal.

O caso de Matías Rojas resultou em condenação definitiva pelo não pagamento de direitos de imagem, e o clube negocia condições de parcelamento. Ele pode solicitar transfer ban até 2 de janeiro, e os representantes aceitam discutir termos mediante garantias financeiras. Se não houver acordo, serão necessários aproximadamente R$ 85 milhões para evitar a punição no início de 2025, soma com o Santos Laguna e Rojas.
Além disso, o Conselho de Orientação (Cori) autorizou, em 29 de outubro, a captação de R$ 100 milhões em empréstimo atrelado às receitas da LFU. O objetivo é quitar pendências entre dezembro e janeiro, conforme a ata da reunião. O presidente Osmar Stábile afirmou que recorrerá ao crédito apenas em caso de extrema necessidade, e a autorização visa agilizar o processo.
Se contratado, o pagamento será em parcelas de cerca de R$ 36 milhões, descontadas já nas cotas de 2026. Com isso, os cerca de R$ 100 milhões previstos para março cairiam para algo em torno de R$ 60 milhões. Também há compromisso de destinar R$ 20 milhões dessa parcela para cumprir acordo com Memphis Depay.
Por fim, o clube busca melhorar a colocação no Brasileiro para maximizar a receita da LFU ao fim do campeonato. No momento, a equipe ocupava a 13ª posição, com 42 pontos, e almejava ficar ao menos entre os dez primeiros.


