O Corinthians vive um dos períodos mais críticos de sua história recente, tanto no aspecto financeiro quanto administrativo. Após registrar um déficit de R$ 181,8 milhões em 2024, o clube encerrou o ano com dívidas acumuladas que ultrapassam R$ 2,5 bilhões. Parte desse montante se deve ao reconhecimento da dívida da Neo Química Arena, inserida nos balanços a partir de 2023.
No campo político, a situação também se agravou. O ex-presidente Augusto Melo foi afastado do cargo após ser indiciado por crimes como furto, lavagem de dinheiro e associação criminosa em um contrato com a casa de apostas VaideBet. Com isso, o Conselho Deliberativo conduziu um processo de impeachment que resultou na ascensão interina de Osmar Stabile à presidência.
Nesse cenário de instabilidade, ganhou força nas redes sociais uma campanha pedindo que o clube adote o modelo de Sociedade Anônima do Futebol (SAF). A mobilização da torcida inclui a hashtag #VicSAF, em alusão à bilionária Vicky Safra, viúva de Joseph Safra e apontada pela Forbes como a mulher mais rica do Brasil. Com fortuna estimada em US$ 20,7 bilhões (cerca de R$ 114,2 bilhões), Vicky lidera um conglomerado bancário com presença no Brasil, Suíça e Estados Unidos.
A campanha digital, descrita por muitos torcedores como um “pedido de socorro”, ganhou corpo especialmente no X (antigo Twitter). As postagens expressam o desejo de que Vicky invista no clube por meio da futura SAF.
Contudo, até o momento, não há qualquer manifestação oficial de Vicky Safra sobre o tema. Tampouco se sabe se ela tem vínculo com o clube ou interesse em participar da possível reestruturação societária.
O tema SAF ainda divide opiniões entre os dirigentes alvinegros. Parte da diretoria considera a transformação como uma possível saída para a crise, enquanto outros preferem buscar soluções internas antes de avançar nessa direção.