A passagem de Gabigol pelo Cruzeiro em 2025 tem sido marcada por um papel secundário no elenco comandado por Leonardo Jardim. Contratado com status de protagonista, o atacante tem sido pouco utilizado como titular e, frequentemente, é acionado apenas nos minutos finais das partidas. A escolha pelo uso limitado do jogador está diretamente ligada às decisões táticas do treinador.
Atualmente, o Cruzeiro tem como titulares no setor ofensivo o artilheiro Kaio Jorge e o meia Matheus Pereira. Kaio acumula 13 gols e cinco assistências em 17 jogos do Brasileirão, sendo o principal goleador da competição. Matheus, por sua vez, é o responsável pela construção ofensiva da equipe, com três gols e cinco assistências. Gabigol, mesmo com bons números individuais — 11 gols e quatro assistências na temporada —, permanece na condição de reserva imediato.
Segundo Leonardo Jardim, o principal motivo para não escalar o trio formado por Kaio Jorge, Gabigol e Matheus Pereira ao mesmo tempo está no desempenho coletivo da equipe. O treinador revelou que, nas ocasiões em que os três estiveram juntos em campo, o rendimento do time caiu significativamente
“As coisas não funcionam muito bem com esses três excelentes jogadores, mas que descaracterizam aquilo que é o nosso jogo”.
A declaração foi feita após a derrota para o Santos por 2 a 1, no Mineirão, no domingo (10 de agosto). Na partida, Gabigol entrou apenas aos 35 minutos do segundo tempo, substituindo o volante Lucas Romero. De acordo com o treinador, quando os três atuaram juntos, o Cruzeiro sofreu três gols e marcou apenas um.
“Você sabe que o Gabriel, Kaio Jorge e Matheus Pereira jogaram juntos algumas vezes, certo? Sabe a produtividade que esses jogadores tiveram no campeonato? Se não sabe, vá ver, porque sei que você é um bom profissional”.
O trio foi testado em algumas ocasiões ao longo do ano, mas quase sempre em trechos curtos dos jogos. Foram quatro partidas pelo Brasileirão em que os três atuaram simultaneamente, todas apenas no segundo tempo. As exceções ocorreram em jogos da Copa do Brasil e do Campeonato Mineiro.
Mesmo sem questionar a qualidade individual de Gabigol, Jardim opta por manter a estrutura tática da equipe. O Cruzeiro tem atuado com uma formação baseada na compactação defensiva e velocidade pelos lados, o que, segundo o técnico, não se encaixa com a presença simultânea dos três atletas de perfil ofensivo.
“Com todos jogando ao mesmo tempo, a equipe tem três gols sofridos e um marcado. Então, é fácil dar a minha resposta”.
O Cruzeiro volta a campo no próximo compromisso do Campeonato Brasileiro buscando retomar o equilíbrio após o revés diante do Santos, mantendo o esquema que tem dado estabilidade à equipe ao longo da temporada.