A transferência de Reinier para o Atlético-MG, anunciada em agosto, encerrou um ciclo de cinco anos e meio do meia-atacante na Europa. Revelado pelas categorias de base do Flamengo, o jogador foi negociado com o Real Madrid ainda em 2020 por 30 milhões de euros, mas nunca chegou a atuar pela equipe principal. Seu vínculo com o clube espanhol seguiria até 2026, mas a falta de oportunidades e sequência inviabilizou sua consolidação.
No período em que esteve vinculado ao Real Madrid, Reinier atuou apenas três vezes pelo time B, o Castilla. Ainda em seus primeiros meses na Espanha, a pandemia de Covid-19 interrompeu sua evolução e, segundo o próprio atleta, impediu que ele tivesse tempo para se adaptar ao idioma, ao estilo de jogo e ao ambiente europeu. Depois disso, passou a ser emprestado com frequência.
Entre os clubes que defenderam Reinier nesse intervalo, estão Borussia Dortmund, Girona, Frosinone e Granada. Ao todo, disputou 105 partidas, marcou sete gols e somou oito assistências. Entretanto, em nenhuma das equipes conseguiu se firmar como titular absoluto.
Em entrevista à GaloTV, o meia comentou a dificuldade enfrentada: “Muita gente fala que eu não dei certo em determinado clube, mas no Real Madrid ninguém pode dizer que eu não dei certo, porque não tive sequência, não fiz uma pré-temporada, não fiz um jogo. Muita gente diz asneiras nas redes sociais”.
A imprensa europeia, porém, reagiu com reservas às explicações do jogador. O jornal espanhol AS classificou como “surreal” uma das justificativas dadas por Reinier para sua falta de sucesso no clube merengue.
Além disso, colunistas da ESPN na Espanha apontaram a pressão causada pela alta quantia paga por sua contratação, aliada à tentativa do Real Madrid de encaixá-lo em uma posição que não se adapta ao modelo europeu, como fatores determinantes para a falta de evolução.
Enquanto isso, Reinier destacou que, mesmo nos treinos, recebia elogios, mas não era utilizado: “As pessoas no treino falavam: ‘Você está treinando muito bem, parabéns, continue assim’, e não me botavam para jogar. Eu não entendia”.
Ao retornar ao Real Madrid Castilla em 2024, o jogador sequer foi incluído na pré-temporada em Marbella. Posteriormente, foi emprestado ao Granada, onde viveu seu momento mais regular, atuando em 25 partidas e contribuindo com um gol e quatro assistências. Ainda assim, seu valor de mercado chegou ao menor patamar da carreira: 1,5 milhão de euros.
A negociação com o Atlético-MG foi viabilizada com a aquisição de 50% dos direitos econômicos do atleta, enquanto o Real Madrid manteve a outra metade. O contrato firmado com o clube mineiro tem validade até 31 de dezembro de 2029.
