Quem acompanha o Flamengo de perto sabe que Gerson não era apenas mais um jogador do elenco. Ídolo da torcida, protagonista em conquistas importantes e capitão respeitado, o volante saiu pela porta dos fundos.
Isso porque a saída para o Zenit foi tratada com frieza de ambos os lados, sem coletiva de imprensa, sem homenagem e com uma simples nota oficial nas redes sociais do clube.
Além disso, Gerson não se manifestou publicamente até agora. Sua última fala foi no intervalo da derrota para o Bayern de Munique, na Copa do Mundo de Clubes, quando comentou apenas sobre o jogo. Por isso, o silêncio também virou símbolo do fim da relação entre jogador e clube.
A tensão nos bastidores foi o prenúncio do rompimento
Vale destacar que os sete últimos meses foram marcados por trocas públicas de farpas. Em fevereiro, o pai e empresário do jogador, Seu Marcão, reclamou do salário do filho. Disse que Gerson havia aberto mão de metade do que ganhava na França para voltar ao Flamengo, porque confiava em uma valorização futura.
A resposta veio com ironia do presidente Bap, que se referiu ao pai do jogador como “atleta Marcão”, mostrando que o diálogo entre as partes estava cada vez mais difícil. Dessa maneira, criou-se um ambiente tenso, que afastou o jogador da diretoria e até de parte do elenco.
Cláusula de rescisão foi o ponto-chave para a saída
Cabe ressaltar que o ponto decisivo da negociação foi a nova cláusula de saída. Em abril, mesmo ciente do assédio do Zenit, o Flamengo renovou com Gerson até 2030, mas reduziu a multa rescisória de 200 milhões para 25 milhões de euros (R$ 160 milhões).
Sendo assim, o clube deixou claro que aceitaria sua liberação mediante o pagamento desse valor, sem necessidade de qualquer negociação direta com o time interessado.
Portanto, o Zenit apenas precisou fazer o depósito e o fez. Com isso, Gerson deixou o Flamengo da maneira mais burocrática possível, encerrando sua segunda passagem com 253 jogos e 12 títulos, mas sem o calor de um adeus à altura.
Desse jeito, a história de um dos grandes nomes recentes do Rubro-Negro terminou como uma novela silenciosa, formal e carregada de mágoas nos bastidores.
