A entrevista coletiva concedida por Filipe Luís no sábado (12), logo após a vitória do Flamengo por 2 a 0 sobre o São Paulo, acentuou uma crise já latente entre o clube e o atacante Pedro. Na ocasião, o treinador optou por não escalar o camisa 9 e justificou a decisão com duras críticas.
Ele apontou uma série de atitudes do jogador nos treinamentos, classificando-as como “lamentáveis” e afirmando que “beiraram o ridículo”. Segundo o técnico, Pedro se ausentou de parte das atividades no Ninho do Urubu e apresentou desempenho abaixo do esperado nas valências físicas.
Filipe afirmou que o comportamento do atleta quebrou princípios considerados essenciais pela comissão técnica: “O que ele fez foi uma falta de respeito, a atitude dele nos treinamentos. E não duvidei em nenhum momento de deixá-lo fora da lista de relacionados, porque esse tipo de comportamento pode contagiar”.
Insatisfação dos representantes e possível saída
As críticas públicas não foram bem recebidas pelos responsáveis pela carreira do atacante. Um dos representantes de Pedro expressou o desconforto diretamente à diretoria do Flamengo. A exposição do jogador foi considerada excessiva, o que motivou o estafe a avaliar possíveis alternativas no mercado.
O entorno do atleta sinalizou abertura para sondagens internacionais, especialmente diante do ambiente instável dentro do clube.
A partir disso, iniciou-se a possibilidade concreta de uma saída. Zenit, da Rússia, e Besiktas, da Turquia, monitoram a situação do centroavante. O clube carioca, por sua vez, adota postura rígida: só aceita negociar o atacante por valores superiores a 15 milhões de euros.
A administração rubro-negra ainda descarta propostas de clubes brasileiros, reforçando que a preferência é por uma transação internacional.
Condições contratuais e limitações de mercado
Pedro possui vínculo com o Flamengo até dezembro de 2027. Apesar de ter sido procurado anteriormente por outros times do país, como o Palmeiras, o atacante já atingiu o limite de sete partidas pelo Campeonato Brasileiro, o que inviabiliza qualquer transferência interna dentro da Série A.
Assim, caso opte por sair, ele só poderia disputar a Libertadores ou a Copa Sul-Americana por outro clube nacional ainda neste ano.
O valor da multa contratual para negociações com o exterior está estipulado em 100 milhões de euros. Contudo, o Flamengo trabalha com cifras mais acessíveis, entre 20 e 25 milhões de euros, diante da conjuntura atual e da necessidade de evitar um desgaste maior com o elenco.
Clima interno e posicionamento do técnico
Mesmo diante do desgaste, Filipe Luís deixou claro que não deseja a saída do jogador. O treinador afirmou que tentou proteger Pedro, mas que a decisão final depende do próprio atacante: “Quando ele quiser, pedir desculpas para os companheiros e voltar a treinar, com certeza não sendo um problema, ele vai ser titular”.
Ainda segundo o comandante, não é necessário um gesto pessoal, mas sim um compromisso profissional: “Precisa ser profissional e resolver no campo. Tenho certeza de que quando ele fizer isso aí, eu vou estar esperando o abraço”.
No entanto, conforme relatos internos, o clube considera que a sequência de críticas públicas pode reduzir o valor de mercado do camisa 9. Ainda assim, a diretoria respaldou o discurso do treinador, avaliando que era necessário para resguardar o modelo de trabalho e a disciplina do grupo.
Perspectiva e próximos passos
Para os dirigentes e o estafe, a reunião prevista para o domingo (13) representa um momento chave. A depender do desfecho do encontro, os representantes do atacante podem formalizar propostas ou intensificar contatos no mercado europeu.
Enquanto isso, o elenco se reapresenta na segunda-feira (14) no Ninho do Urubu. O Flamengo volta a campo na quarta-feira (16), quando enfrenta o Santos, na Vila Belmiro, às 20h.


