A eliminação do Internacional nas oitavas de final da Libertadores, após nova derrota para o Flamengo na quarta-feira (20), gerou uma reação imediata da torcida organizada Camisa 12. Por meio de nota oficial divulgada no dia seguinte, o grupo manifestou forte insatisfação com a atuação da equipe e, sobretudo, com a condução da diretoria colorada.
A organizada foi enfática ao criticar o silêncio institucional e a ausência de respostas por parte da cúpula do clube.
Em tom de desabafo, afirmou: “MAIS UM ANO JOGADO FORA. Não é possível nenhuma indignação dentro do Clube. Direção??? Todos SUMIRAM. Omissos e covardes. E o nosso elenco?! Na hora do ‘vamo ver’ SOMEM também”.
Elenco também é alvo da revolta
A nota da Camisa 12 reforçou que, independentemente do desempenho da equipe, a cobrança da torcida persistirá. “A Camisa 12 nunca deixou de cobrar, em diversos momentos do ano cobramos e seguiremos assim. Não somos reféns de nada e de ninguém”.
Na sequência, a organizada ironizou o fato de o Campeonato Brasileiro ser a única competição restante. “O nosso ano acabou, mas a vida social de vocês também. ‘Ahh mas tem o Brasileiro?’ Sim, mais um ano brigando por vaga e iludindo o torcedor”.
Barcellos admite diferença de investimento entre os clubes
Logo após a partida, o presidente Alessandro Barcellos justificou a superioridade do adversário ao destacar o abismo financeiro entre as duas equipes.
“Investimento (do Flamengo) nesta janela foi da ordem de R$ 277 milhões contra um investimento de R$ 27 milhões. São 10 vezes mais. Se falarmos das últimas quatro janelas, foram R$ 600 milhões”.
Ainda assim, ele reforçou que a comissão técnica será mantida. “Nosso treinador já demonstrou a sua capacidade. Estamos passando por momentos ruins, duas desclassificações em copas, mas acreditamos que o trabalho é possível ser recuperado com essa comissão técnica”.
Episódio dos papéis picados agrava crise no clube
Enquanto isso, o clube também teve de lidar com as consequências do atraso de 21 minutos no início da partida, provocado por uma chuva de papéis prateados no gramado do Beira-Rio. O incidente foi associado a uma falha na ambientação da partida, organizada por diferentes departamentos internos.
O Internacional confirmou que a ação deveria ter ocorrido em outro setor do estádio e com menor quantidade de material.
“Apuramos internamente que foram tomadas decisões não autorizadas pelo Clube na execução da ação. Os responsáveis foram identificados e as medidas cabíveis já foram aplicadas”.
Dois funcionários foram demitidos após reunião emergencial na quinta-feira (21), na qual o clube revisou os procedimentos adotados. A Conmebol pode aplicar multa devido ao atraso, com penalidades que variam de US$ 20 mil a US$ 50 mil, conforme prevê o regulamento da competição.