A eliminação do Palmeiras para o Corinthians nas oitavas de final da Copa do Brasil, na noite de quarta-feira (06), no Allianz Parque, marcou não apenas a saída do time da competição, mas também um momento de ruptura entre a torcida e a comissão técnica. Os gritos de insatisfação, que ecoaram pelo estádio ao longo do segundo tempo, escancararam a crise vivida internamente.
A derrota por 2 a 0 foi apenas o estopim para os protestos direcionados ao técnico Abel Ferreira, à presidente Leila Pereira e ao diretor Anderson Barros. O resultado consolidou a eliminação, já que o Corinthians havia vencido o jogo de ida por 1 a 0. O ambiente ficou ainda mais tenso após a expulsão do volante Aníbal Moreno logo no início da partida, agravando o desempenho alviverde e aumentando a indignação das arquibancadas.
A manifestação da torcida organizada teve início ainda no intervalo, quando o Palmeiras já perdia por um gol de diferença. Durante o segundo tempo, os cânticos ofensivos se intensificaram e, nos minutos finais, ganharam adesão de outros setores do estádio. Abel Ferreira reagiu com ironia, aplaudindo os gritos, gesto que dividiu opiniões entre os torcedores presentes.
“Abel, vai se f***, meu Palmeiras não precisa de você”, foi um dos gritos entoados por torcedores inconformados com a atuação da equipe.
Além do treinador, a presidente Leila Pereira também foi alvo direto da torcida. Após um início de ano com investimentos no elenco, a dirigente voltou a ser criticada pela falta de respostas em campo. As arquibancadas entoaram: “Ô Leila, sua imbecil, pega esse time e vai para a p*** que pariu”, demonstrando a insatisfação generalizada com a condução do clube.
O diretor de futebol Anderson Barros também não escapou das críticas. Os torcedores protestaram exigindo sua saída com gritos como: “Barros, c***, sai fora do Verdão”, reforçando o clima de pressão sobre a cúpula palmeirense.
Enquanto isso, os jogadores também foram duramente atacados. Os nomes da equipe foram mencionados um a um, sempre acompanhados de xingamentos. Entre os cantos mais repetidos, estavam: “Não é mole não, só tem Nutella jogando no Verdão” e “Vergonha, vergonha, time sem vergonha”.
Embora parte da torcida tenha tentado amenizar o clima com vaias contra os protestos, o episódio revelou uma divisão interna no apoio ao comando técnico. A situação ocorre num momento delicado da temporada, em que o clube ainda disputa o Campeonato Brasileiro e a Libertadores.