A passagem de Hernán Crespo pelo São Paulo atravessa um momento de forte turbulência. Após a derrota por 6 a 0 para o Fluminense, na quinta-feira (27), pela 36ª rodada do Campeonato Brasileiro, o treinador argentino passou a ser pressionado nos bastidores, mas demonstrou disposição para seguir no comando e iniciar imediatamente o planejamento da próxima temporada.
Em sua contratação, Crespo já havia sido informado desde o início de que o clube atravessava limitações financeiras significativas. A ausência de recursos para reforços mais robustos obriga o treinador a trabalhar, majoritariamente, com atletas vindos de oportunidades de mercado ou da recuperação de jogadores lesionados. Atualmente, 13 atletas estão no departamento médico, incluindo nomes como Ferreira e Luciano, que se somaram recentemente à lista de desfalques.
Diante desse cenário, a comissão técnica avalia que o elenco não conseguiu manter uma sequência minimamente competitiva, sobretudo pela instabilidade gerada pelas ausências frequentes. Com a reta final do Brasileirão em curso, a equipe ainda tenta assegurar a oitava colocação, que pode significar uma vaga em competição continental, dependendo da definição da Copa do Brasil.
Ainda assim, Crespo tenta se posicionar como peça central no redesenho do futebol são-paulino. “A ideia é continuar a planejar o futuro. Tenho que acreditar e confiar, porque quero o melhor para o São Paulo. Acho que posso fazer parte da solução”.
O treinador reiterou que, apesar das dificuldades estruturais e econômicas, mantém confiança no que lhe foi prometido internamente. “Sabemos perfeitamente que temos muita coisa para melhorar. Já falamos muitas vezes. Quando cheguei, a diretoria me avisou que não teríamos dinheiro, ao menos até dezembro. Mas em janeiro podemos começar a falar. Vamos confiar”.
A goleada sofrida também desencadeou reações nos bastidores. A gestão de Julio Casares se tornou alvo de insatisfação da torcida, o que motivou a diretoria a transferir a próxima partida, contra o Internacional, para a Vila Belmiro. A medida visa minimizar os protestos previstos no Morumbis.
Apesar disso, Crespo reforçou seu compromisso com o clube. “Eu quero ajudar o São Paulo. A ideia é acompanhar a mudança profunda que o São Paulo tem que fazer. Mas estamos falando da próxima temporada como se fosse daqui a seis meses, mas não, começamos daqui a um mês”.
Por fim, o técnico argentino ressaltou que seu foco está em iniciar uma reconstrução, mesmo que gradual, a fim de devolver consistência ao time. “Tenho ideias claras, sei o que devo fazer. Estou confiando no que a diretoria falou”.
