O reencontro entre São Paulo e Atlético Nacional pela Copa Libertadores, nove anos após uma semifinal marcada por polêmicas, teve contornos de revanche. Em 2016, a equipe colombiana eliminou o Tricolor com vitórias nas duas partidas e provocou reações intensas entre torcedores e jogadores. Agora, em 2025, o cenário foi outro: diante de mais de 57 mil torcedores no Morumbis, o São Paulo avançou às quartas de final após vitória nos pênaltis por 4 a 3, com participação decisiva do goleiro Rafael.
Naquela eliminação histórica, ainda sem a presença do VAR, o São Paulo contestou duramente a expulsão de Maicon e a não marcação de um pênalti em Hudson. Já nesta terça-feira (19 de agosto), o VAR foi acionado para confirmar o pênalti convertido por Morelos, autor do gol de empate do Atlético Nacional no segundo tempo. André Silva havia aberto o placar para o Tricolor logo aos dois minutos da etapa inicial.
Lucas Moura, que acompanhou de longe a queda de 2016, comentou a carga emocional presente no confronto. O meia-atacante destacou a responsabilidade em representar a torcida na busca por justiça esportiva.
“Aquela semifinal eu estava no PSG ainda, mas é claro que a torcida e a imprensa relembraram, mas encaramos como uma decisão que a gente tinha que colocar o coração na chuteira, o coração em campo e representar o torcedor que fez essa festa maravilhosa e nos incentivou, então tínhamos que conquistar isso“, disse.
Durante os 90 minutos, o São Paulo dominou os primeiros momentos, mas perdeu intensidade após o gol. Na reta final da partida, com um jogador a mais após a expulsão de Cardona, o time criou chances, principalmente com Ferreirinha, mas parou em boas defesas de Ospina. A igualdade no placar levou a decisão para os pênaltis, onde Rafael brilhou novamente. O goleiro defendeu a primeira cobrança e viu Hinestroza desperdiçar outra, permitindo que Cédric fechasse a disputa com o chute da classificação.
O clima no estádio foi de tensão e alívio. Além do resultado, a noite ficou marcada pelo maior público do ano no Morumbis, reforçando o peso simbólico do confronto para os torcedores. A vibração foi tanta que Lucas, um dos líderes do elenco, exaltou o momento como inesquecível.
“Mais uma noite para ficar marcada nas nossas vidas, noite de Libertadores no Morumbis é inexplicável. Sou grato a Deus por viver isso, pouquíssimas pessoas podem virar jogador, poucas podem jogar uma Libertadores e menos ainda no Morumbis. Tem que valorizar e sou grato por isso agora é descansar para próxima.”
Com o resultado, o São Paulo aguarda o desfecho entre Botafogo e LDU para conhecer seu adversário nas quartas de final. A vitória diante dos colombianos não apenas garantiu a vaga na próxima fase, mas também lavou a alma do clube e de sua torcida diante de um dos capítulos mais dolorosos de sua história recente na competição continental.
