O torcedor vascaíno já se acostumou com os altos e baixos do clube dentro de campo, mas os bastidores mostram um cenário ainda mais delicado. O Vasco da Gama enfrenta uma dívida milionária com empresários do futebol, totalizando mais de R$ 30 milhões apenas em comissões referentes a contratações e negociações de jogadores. Além disso, alguns dos principais nomes do mercado esportivo estão entre os credores do clube.
Empresários cobram comissões não pagas, e pressão aumenta
Na última semana, o empresário Fábio Mello escancarou sua insatisfação por meio de um podcast ao afirmar que o Vasco não cumpriu o pagamento de uma parcela referente à contratação do meia Adson, ex-Nantes.
“Eu sou credor do Vasco. Numa operação de um jogador que, no ano passado, foi eleito pela torcida a principal contratação do Vasco, que é o Adson, o Vasco não pagou uma parcela de comissão”, declarou.
Dessa maneira, veio à tona uma extensa lista de pendências envolvendo nomes conhecidos como Carlos Leite (R$ 8 milhões), Eduardo Uram (R$ 3 milhões) e André Cury (R$ 7 milhões). Isso porque esses valores são apenas os declarados na recuperação judicial, há ainda processos na Justiça e na Câmara Nacional de Resolução de Disputas (CNRD) da CBF que não entram nessa conta.
Reestruturação em curso, mas dúvidas permanecem
Em coletiva, o CEO do clube, Carlos Amodeo, explicou que a diretoria vem trabalhando com foco na recuperação financeira. “Estamos fazendo um trabalho intenso baseado em alguns pressupostos fundamentais. O primeiro deles é a manutenção das nossas obrigações correntes rigorosamente em dia”, afirmou.
Sendo assim, o plano é reorganizar o fluxo de pagamentos e atrair investidores com maior segurança jurídica. Por isso, a aprovação da recuperação judicial é vista como crucial para o futuro da SAF vascaína.
Dívidas detalhadas mostram impacto da má gestão
A lista de credores, apresentada à Justiça, inclui empresários ligados a jogadores como Payet, Fernando Diniz, Andrey Santos, Medel, Vegetti e muitos outros. Cabe ressaltar que algumas comissões são classificadas como “garantidas”, ou seja, o clube precisa pagar mesmo que o atleta deixe a equipe.
Portanto, o que se vê é um Vasco que ainda luta para equilibrar as finanças, mesmo após a transformação em SAF. Com isso, a transparência nas contas e o comprometimento com os pagamentos são passos fundamentais para recuperar a credibilidade.
Vale destacar que, sem estabilidade nos bastidores, qualquer projeto esportivo tende a naufragar e o torcedor já sabe bem o porquê.