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Robinho revela detalhes de sua vida na prisão

Robinho falou pela primeira vez sobre sua rotina dentro da Penitenciária 2 de Tremembé (SP), onde cumpre pena de nove anos por estupro coletivo. Em vídeo divulgado pelo Conselho da Comunidade de Taubaté — entidade sem fins lucrativos ligada ao Judiciário —, o ex-atleta negou ter privilégios e afirmou levar uma vida igual à dos demais detentos.

Na gravação, Robinho mencionou aspectos da rotina carcerária e disse não receber nenhum tipo de tratamento diferenciado desde que foi preso em março de 2024, após decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ).

“A alimentação, o horário que durmo, é tudo igual aos outros. Nunca comi nenhuma comida diferente, nunca tive tratamento diferente. Na hora do meu trabalho, faço tudo aqui que todos os outros reeducandos também são possíveis de fazer. Quando a gente quer jogar um futebol, é liberado quando não tem trabalho no dia de domingo”.

Visitas familiares e atividades internas

O ex-jogador também explicou como funciona o sistema de visitas, mencionando a presença regular da esposa e dos filhos. Segundo ele, os dias de visita são os mesmos para todos os presos da unidade.

Robinho durante julgamento (Foto: Jornal Nacional/Reprodução)
Robinho durante julgamento (Foto: Jornal Nacional/Reprodução)

“Nunca tive nenhum tipo de benefício. As visitas são aos sábados ou domingos. Quando minha esposa não vem sozinha, vem com meus filhos. O mais velho joga e os dois mais novos podem vir. A visita é igual e o tratamento é igual para todo mundo. As mentiras que têm saído que sou liderança, que eu tenho problema psicológico”.

“Nunca tive isso, nunca tive que tomar remédio, graças a Deus. Apesar da dificuldade que é estar numa penitenciária, normal, mas graças a Deus sempre tive uma cabeça boa e estou fazendo tudo aquilo que todos reeducandos também podem fazer”.

Ele também rechaçou qualquer papel de liderança interna na penitenciária e afirmou que segue as normas da instituição como os demais presos.

“Aqui o objetivo é reeducar, ressocializar aqueles que cometeram erro. Nunca tive nenhum tipo de liderança aqui, nenhum lugar. Aqui quem manda são os guardas, como falei para senhora, e nós, reeducandos, só obedecemos”.

Condenação na Itália e execução da pena no Brasil

Robinho foi condenado em última instância pela Justiça italiana em janeiro de 2022, pelo estupro coletivo de uma mulher albanesa em 2013, quando jogava no Milan. Na época da decisão definitiva, o ex-atleta já estava no Brasil.

A Itália chegou a solicitar sua extradição, mas o pedido foi negado, pois a Constituição brasileira impede a extradição de cidadãos natos.

Com a negativa, o governo italiano acionou o STJ para que a pena fosse reconhecida e executada no Brasil. Em março de 2024, o tribunal homologou a condenação por nove votos a dois e determinou o cumprimento imediato da pena em regime fechado.

Tentativas da defesa e atual situação jurídica

A defesa de Robinho impetrou recursos no Supremo Tribunal Federal (STF) pedindo a revogação da prisão. O primeiro julgamento, iniciado em setembro de 2024, foi suspenso após pedido de vista do ministro Gilmar Mendes. Em novembro, o plenário retomou a análise e, por maioria, manteve a decisão do STJ.

Os advogados também tentaram reduzir a pena em 50 dias, argumentando que o ex-jogador concluiu um curso de “Eletrônica Básica, Rádio e TV” durante o período em que esteve preso. A solicitação foi rejeitada pelo Judiciário.