Presidente da Uefa entre 2007 e 2015, Michel Platini voltou aos holofotes nesta semana ao manifestar forte oposição ao uso do árbitro assistente de vídeo no futebol. Durante o “Festival dello Sport”, evento realizado na Itália, o ex-jogador francês afirmou que não teria adotado a tecnologia caso ainda estivesse no comando da entidade europeia.
Segundo Platini, embora o VAR tenha sido criado com a intenção de reduzir os erros de arbitragem, sua introdução no futebol acabou gerando novas controvérsias. Para ele, a ferramenta deveria ser utilizada apenas em situações específicas, como lances de impedimento e definição de gol em cima da linha.
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“A finalidade do VAR deve ser ajudar os árbitros, que têm problemas em duas situações: a linha do gol, porque não dá para ver bem, e nos impedimentos, que são complicados. Para todas as outras situações, temos os árbitros e os assistentes. Por que complicar mais as coisas? Para que tanta tecnologia?”
A crítica se insere em um momento de debate recorrente sobre o impacto do VAR nas partidas. Platini deixou claro que não defende a extinção do recurso, mas acredita que sua adoção foi precipitada e excessiva. “Não é que eu aboliria o VAR. Eu nunca teria implementado. Pode resolver alguns problemas, mas também cria outros”, declarou o ex-dirigente.
Além das questões tecnológicas, Platini também abordou a mudança de gerações no futebol europeu. Conforme ele, o cenário atual marca o fim do ciclo de grandes nomes como Lionel Messi, Cristiano Ronaldo, Luka Modric e Kevin De Bruyne. Apesar disso, demonstrou entusiasmo com novos talentos que começam a ganhar espaço no continente.
“Estamos nos despedindo de uma geração magnífica: De Bruyne, Modric, Griezmann, até mesmo Cristiano Ronaldo e Messi, que já não jogam na Europa. Mas agora chega uma fornada de grandes talentos, como Lamine Yamal”, comentou o ex-camisa 10 da seleção francesa, destacando o jovem atacante do Barcelona como principal promessa.
A fala de Platini repercute em meio a uma série de polêmicas recentes envolvendo decisões do VAR em partidas decisivas de clubes e seleções. Torcedores, treinadores e ex-jogadores têm se dividido entre os que apoiam a modernização do futebol e os que consideram que o excesso de tecnologia compromete a fluidez do jogo.
Aliás, não é a primeira vez que o francês critica os rumos que o futebol moderno tem tomado. Ao longo dos anos, Platini já se posicionou contra outras mudanças implementadas em nome da precisão e do controle total das partidas. Para ele, o protagonismo do árbitro de campo deve ser preservado, com o mínimo de intervenção externa.